Poema de Ronaldo Cagiano, publicado no livro "O sol nas feridas".
GÊNESE
Busco na palavra sua unção,
labirinto de paradoxos,
onde mergulho
feito escafandrista num garimpo de im
possibilidades.
Território de invenções,
ela me estende a ponte
entre o sagrado
e o profano
Em cada manhã
rompe com sua insistência de rio
e sua
pontualidade solar.
Meticuloso engenho do verbo
que se faz silêncio
ou boato
Rumino sua nudez
ou desvelo as suas rugas.
Entre a fuga
e os deslizes
o poema vinga
rosa
intimorata perfurando o asfalto
Nutre-me do que é míngua
recicla-me do que é sangue.
Maravilha.
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