Título: Vento forte
Autor: Miguel Angel Astúrias
Editora: Brasiliense
Gênero: Romance
O primeiro volume da “Trilogia Bananera”, Vento forte é um romance que tem como
cenário as plantações de bananas da Guatemala, em que população e ambiente
interagem de forma conflituosa, mas não como conflito fundamental, que fica a
cargo das relações dos trabalhadores, seu desejo de trabalhar em terra própria,
e os desígnios, nem sempre saudáveis, da Tropical Bananeira S.A., uma
multinacional imaginária, mas que representa e sintetiza em seu comportamento
as muitas multinacionais que exploraram à exaustão países como a Guatemala.
Como complicador da história, surge de forma histriônica um
americano, Lester Mead, que durante quase toda a narrativa parece estar ao lado
dos trabalhadores nativos, mas que não passa de observador da Tropical
Bananeira, e que, na metrópole, afirma serem os métodos da exploração brutal da
empresa a causa de seu país, no futuro, perder o mundo. Tratava-se de um
espião.
A partir do capítulo 13, o narrador vai penetrando em um
mundo mágico, em que tomam corpo as crenças populares, seus ritos, seus
valores, para desembocar no grande símbolo da obra, ou seja, um vendaval que
tudo varre, plantações e pessoas, sobretudo os representantes da empresa, todos
eles estrangeiros a serviço do capital explorador.
No plano da expressão é que encontramos verdadeiramente as
razões de ter Astúrias merecido o Prêmio Nobel de Literatura em 1967. Uma
linguagem rica, figuras fortes e adequadas ao ambiente tanto quanto ao assunto,
com passagens de uma poeticidade surpreendente.
Uma leitura indispensável para quem queira ler o que há de
melhor na literatura sul-americana.
Por
Menalton Braff
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