quarta-feira, 25 de maio de 2016

CANTIGAS DE AMIGOS


O LAGO 


(Paulo Bentancur )                                               


Eis que brota de uma nascente
Não encontrada, mal suponho
Sua direção, seus olhos d’água.
Morre não sabe aonde, mas é vasto
Como lago algum possui
Semelhante amplidão.
Ajoelho no convés e estendo
Em concha a mão a recolher
A lâmina líquida e fria.
Um arrepio percorre
O que era deserto em meu corpo,
Agora floração no espírito.
Rápido me recolho, e
As mãos absolutamente secas.
Tudo parece ilusão.

O peito estala como as velas
O vento estufa minha alma
E suponho que estou perto.
De quê, de quem, de quando?
Se cada vez mais me afasto
De mim mesmo e de meu leme.
– Paulo Bentancur –

Parte superior do formulário


Nenhum comentário:

Postar um comentário

http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças