sexta-feira, 7 de abril de 2017

CONTOS CORRENTES


Vão                                                                               (Claudio Eugenio Luz)


Sente saudades da mãe, não muita do pai. Acha que não vale a pena chorar e assim como veio irá partir. Tem certas coisas que são difíceis de segurar. As paredes estão caindo e olha só: a porta está aberta. Mas certamente, depois de tanto tempo assim, esqueceram de trancar. E por não se lembrar de afagos ou outras alegrias, se quiser, pode agora entrar, beber, berrar e brigar. A casa está vazia e não há ninguém para acolher nem para dizer adeus.

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