(Rita Mourão)
Este meu jeito de engaiolar
lembranças
é para guardar um punhado da terra em que
nasci.
É a maneira de reduzir meu
isolamento rodeado de distâncias.
e ouvem um passaredo
barulhando dentro de mim.
Aí, eu me encanto com o
encantamento que tem gosto de barulhar.
Coisas de alumbramento,
renovo de poeta para encurtar lonjuras.
Lá o amanhecer põe glórias
nos horizontes
que do lado de cá, só enxergo
no pensar.
Ali também ficou meu
despropósito de corça
correndo lampeira, relvada de
capim gordura,
desapegada de medos e futuros.
Os medos acordaram e até
botaram trancas em meus sonhos.
Perdi o gosto de gostar.
Gostar é correr livre, ser
rio descompromissado
derramando levezas sobre o corpo da terra amante.
Isso já não sou. Hoje quem me
relva é a saudade.
Saudade de você terra minha,
berço de renomados estadistas
JK, Tancredo e tantos outros
que não tiveram medo de se exercer.
Oh, Minas Gerais, quem nasce
em suas paisagens assina contrato de fidelidade,
carrega no peito seus
aconselhamentos e a bravura dos seus heróis.
Boa terra, sou cria do seu
sertão.
O seu chão me fez árvore, me
enraizou e os pássaros ainda em mim gorjeiam.
Mas a distância me corrói e
me soma para menos.
Lindo versejar, vestido de saudade...Parabéns, Rita! Gaiô
ResponderExcluirMuito lindo...amei!
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