Na força de mulher
Durante alguns anos vim escrevendo narrativas curtas e
pequenas histórias pela vida ou criadas pela imaginação. Tinha algumas noções
sobre o conto principalmente pela observação direta, pois me agradava a leitura
de contos. E os contos que mais consumia eram de autores estrangeiros, como
Cortázar, Guy de Maupassant, Tchekov e outros.
Não tinha um plano de produção tampouco pensava em publicar
os contos que ia produzindo. Nestes anos, das décadas de 1960 e 1970, passei
alguns deles de “molho” por questões políticas e o que mais me sobrava era
tempo para ler e estudar. Em meados dos anos 1970, percebi que já possuía um
volume razoável de contos escritos e resolvi publicar os que considerei
melhores por minha conta e risco. Já lia então o Guimarães Rosa e essa leitura
transparece no título e no conto do mesmo nome. A paixão pela escritura do
Guimarães Rosa me induziu à leitura de textos teóricos e ensaísticos, pois
percebi a fragilidade do que até então havia feito.
Mesmo assim, publiquei por minha conta Na força de mulher,
em 1984, pela Seiva Difusão Cultural, tentativa frustrada de iniciar uma
editora. Não tínhamos nada além da vontade, minha mulher e eu, e paramos depois
de quatro livros, dois meus, um do Caio Porfírio Carneiro e outro da Ruth do
Carmo.
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