Esta coluna reúne relatos de Menalton Braff sobre as razões que o lavaram a escolher cada um de seus livros. O texto de hoje é sobre "O fantasma da segundona".
Há muitos anos sentia vontade de escrever alguma coisa sobre o perdedor. Isso mesmo. Toda disputa que resulta em um ganhador tem também um ou mais perdedores.
A alegria do vencedor, suas comemorações eram atitudes que me faziam mal, pois pensava que tais atitudes e sentimentos tripudiavam sobre o vencido. Então, como a maioria dos textos literários ou não mostravam alguém conquistando uma vitória,
ignorando atitudes e sentimentos contrários de quem fora o perdedor, me batia com frequência a vontade de investigar este último.
Não sei de onde me veio esse sentimento, mas a verdade é que sempre torci pelo mais fraco. Poderia ter uma origem religiosa, mas acredito que não, pois não encontro isso nem nas pessoas religiosas que conheço tampouco em
textos religiosos que já tive oportunidade de manusear. Talvez seja autodefesa por me sentir fraco? Não sou psicólogo, nunca vou saber o porquê dos meus sentimentos.
Um dia, num campeonato de futebol, um grande time foi rebaixado para a segundona, e isso me pareceu a matéria de que precisava. Foi assim que escrevi o romance juvenil "O fantasma da segundona".
Hoje vejo que ainda não era isso que eu sentia necessidade de escrever, pois apesar de vencido o clube em que Camanga, protagonista da história, atuava, ele, o protagonista, depois de algumas dificuldades, acaba superando-as e se dando bem na vida.
Ainda preciso voltar ao tema: os sentimentos do derrotado. Talvez um dia volte. O fantasma da segundona foi publicado pela FTD em 2014.
Blog de Literatura do escritor Menalton Braff, autor de 26 livros e vencedor do Prêmio Jabuti 2000.
Páginas
- ALÉM DO RIO DOS SINOS
- AMOR PASSAGEIRO
- Noite Adentro
- O Peso da Gravata
- Castelo de Areia
- Pouso do Sossego
- Bolero de Ravel
- Gambito
- O fantasma da segundona
- O casarão da Rua do Rosário
- Tapete de Silêncio
- À sombra do cipreste
- Antes da meia-noite
- Castelos de papel
- A coleira no pescoço
- Mirinda
- A Muralha de Adriano
- Janela aberta
- A esperança por um fio
- Na teia do sol
- Que enchente me carrega?
- Moça com chapéu de palha
- Como peixe no aquário
- Copo vazio
- No fundo do quintal
- Na força de mulher
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
MOTIVOS
Postado por
Anônimo
às
18:03
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Marcadores:
Caco Galhardo,
Editora FTD,
FTD,
Menalton Braff,
O fantasma da segundona,
perdedor,
vencedor
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Olá Menalton, olá colegas leitores; achei ótima ideia,essa da explicação sobre a origem da ideia, bem como do título. Ainda não li "O fantasma da segundona". Achava que "Segundona" seria o primeiro dia útil, da semana, que tanta gente odeia. Agora, compreendendo melhor, vou correndo lê-lo. Abraços
ResponderExcluir