Blog de Literatura do escritor Menalton Braff, autor de 26 livros e vencedor do Prêmio Jabuti 2000.
Páginas
- ALÉM DO RIO DOS SINOS
- AMOR PASSAGEIRO
- Noite Adentro
- O Peso da Gravata
- Castelo de Areia
- Pouso do Sossego
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- Gambito
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- O casarão da Rua do Rosário
- Tapete de Silêncio
- À sombra do cipreste
- Antes da meia-noite
- Castelos de papel
- A coleira no pescoço
- Mirinda
- A Muralha de Adriano
- Janela aberta
- A esperança por um fio
- Na teia do sol
- Que enchente me carrega?
- Moça com chapéu de palha
- Como peixe no aquário
- Copo vazio
- No fundo do quintal
- Na força de mulher
quinta-feira, 22 de março de 2018
INÉDITOS
Até dias atrás, Menalton Braff nos contou, na coluna MOTIVOS, o que o levou a escrever cada um dos seus 24 livros já publicados. A partir de agora, o título da coluna passa a ser INÉDITOS e as obras em questão são aquelas que ainda não foram publicadas. O livro apresentado hoje é uma história infantil.
Galinda
Se não de todos, pelo menos de uma grande maioria dos narradores ficcionais a memória é um poderoso instrumento. Cenas vividas, casos ouvidos no decorrer da vida nas mãos de um narrador vão tomando certa coerência ao se juntarem num texto único de forma a constituir um todo verossímil. Não em seu cotejo com a realidade, mas verossímil de maneira interna ao próprio texto.
Este parágrafo introdutório já está indicando a continuação destes Inéditos. Era criança, com toda certeza ainda não tinha chegado aos oito anos, quando, nas férias em visita à casa de um tio, vendeiro e marceneiro no meio rural, assisti a uma cena jamais esquecida. Uma galinha havia chocado doze ovos de galinha e três ovos de pata. Daí resultaram doze pintinhos amarelinhos e três patinhos da mesma cor.
Ocorre que quase no fundo do quintal e atravessando o pomar, passava um córrego de uns dois metros de largura. Quando a galinha com seus filhotes se aproximou do córrego, três deles se jogaram na água numa felicidade que só vendo. A mãe zelosa pôs-se desesperada, voando de um barranco ao outro, voando por cima de seus filhos adotivos muito nervosa como temesse que eles fossem afogar-se. Os restantes pintainhos não pararam de piar temerosos ao verem a mãe naquele desespero.
Lá pelas tantas a galinha se jogou na água, mas batendo muito as asas saiu do outro lado gritando alucinada. A cena durou vários minutos até que os três trânsfugas saíssem à terra interessados
agora em algo para comer. Imagino que para crianças urbanas (filhos de apartamento, como são chamadas) e que jamais terão oportunidade de uma experiência dessas, podem viver o que vivi “ao
vivo” pelo menos com a imaginação.
Confesso ter enviado os originais a mais de uma editora que trabalha com livros infantis. Nenhuma delas se interessou por minha história. E como não explicam suas razões, fico a pensar que não consigo alcançar uma linguagem adequada às crianças. Apesar de meus esforços. O livro continua inédito. Seu título é Galinda.
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Anônimo
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10:03
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