quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

RESENHA


Esta coluna reúne resenhas escritas por  autores diversos. 

O País das Neves
(Por Menalton Braff)

Yasunari Kawabata, nascido em Osaka em 1899, foi o ganhador do Prêmio Nobel de literatura em 1968. No ano de 2004, a Editora Estação Liberdade lançou uma de suas obras máximas, o romance O País das Neves.

Atravessava-se um longo túnel e lá estava o País das Neves. A noite assumiu um fundo branco. O trem parou num entroncamento.

Com esse parágrafo inicial, Kawabata nos introduz num espaço mítico com características orientais, onde se desenrolarão as ações de seu romance. Dele pode-se dizer que é uma história sem início ou fim, isto é, trata-se de um flagrante da vida em movimento, à maneira impressionista.

Em sua escrita, cujos traços surrealistas são evidentes, devem-se destacar as técnicas impressionistas, não só pela construção da história como flagrante, como por outros recursos, como o efeito borrão, os recuos ao passado, a predominância da sugestão sobre o delineamento. Seus traços são difusos e as cenas também

provocam uma sensação de incompletude. Mas, acima de tudo, Kawabata é sensorial, bosquejando, a todo momento, a paisagem da vila, seus jardins, suas plantas, como centro, além das montanhas cobertas de neve que a circundam.

Para um leitor ocidental, entretanto, a leitura de O País das Neves apresenta obstáculos quase intransponíveis, principalmente quando se trata das personagens, seus costume, valores, suas relações interpessoais. Dificilmente se entendem as razões de Komako, uma gueixa, e Shimamura, um escritor em férias nas montanhas.

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