sábado, 7 de janeiro de 2012

GRANDE SERTÃO: VEREDAS (3)

Riobaldo mantinha uma amizade esquisita com Reinaldo, que tinha conhecido há muitos anos, ambos meninos, num porto de rio.
Os dois fazem parte de uma comitiva transportando munição para o bando de Joca Ramiro. Riobaldo está triste e Reinaldo procura-o para uma confidência.
"Mas graças-a-deus, o que ele falou foi com a sucinta voz:
- Riobaldo, pois tem um particular que eu careço de contar a você, e que esconder não posso... Escuta: eu não me chamo Reinaldo , de verdade. Este é nome apelativo, inventado por necessidade minha, carece de você não me perguntar por quê. Tenho meus fados. A vida da gente faz sete voltas - se diz. A vida nem é da gente..."
Ele falava aquilo sem rompante e sem entonos, mais antes com pressa, quem sabe se com tico de pesar e vergonhosa suspensão.
(...)
- Pois então: o meu nome, verdadeiro, é Diadorim... Guarda este meu segredo. Sempre, quando sozinhos a gente estiver, é de Diadorim que você deve de me chamar, digo e peço, Riobaldo...

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