EM SEGURANÇA
Ao atingir a calçada, o Desconhecido sentiu-se novamente em segurança.
Pág. 10 - "Havia pouca gente naquela quadra, e isso de certo movo o tranquilizou." (...) "Habituava-se aos poucos àquela cidade. Em breve estaria familiarizado com suas 5ruas, e talvez até com seus habitantes. Claro, conseguiria explicar à polícia que não era um ladrão, que não sabia como aqueles objetos tinham vindo parar em seu poder..." (...) "Depois das sombras do mato era bom ver luz. Aproximou o relógio dos olhos, num gesto automático. Parado. Verificou que o vidro estava partido. Como acontecera aqulo? Onde?"
As lembranças do Desconhecido são nebulosas, ele não consegue distinguir nada do passado com clareza.
Pág. 11n - "Sobressaltou-se ao avistar o homem que o obervava lá no fundo... (Ele está diante de uma vitrine) Um homem sem chapéu, o cabelo revolto, a roupa manchada, um cigarro preso aos lábios... Levou algum tempo para perceber que estava diante dum espelho. Começou a fazer gestos que o outro repetia. O outro era ele. Mas ele era... assim?" (...) Por algum tempo ele chorou como uma criança, ali junto da vitrina. Por fim enxugou os olhos com a manga do casaco, mas não quis mais olhar para o outro. Saiu a caminhar lentamente, e de instante a instante balbuciava - 'Meu Deus!' - achando estranha a própria voz como achara estranha a própria imagem.
Ele compra um saquinho de pipoca que custa 2,50, entrega uma nota de 50,00 e vai embora, sem aceitar o troco.
Pág. 12 - "O remorso piucou-o. Não deveria gastar o dinheiro alheio. Não era direito. Teria um dia de responder por aquilo."
(...)
"E de novo se perdeu num território crepuscular, povoado de vozes e vultos vagos, iluminado de quando em quando por súbitos e inexplicáveis clarões - e nesse mundo ele andou perdido, o pensamento vazio, consciente apenas do fato de que caminhava, embora as pernas parecessem não pertencer-lhe. (...) No mais, era aquela dor branca na boca do estômago, e a solidão, o abandono, o ruído regular e implacável daquelas passadas que o perseguiam. Levou algum tempo para perceber que eram os seus próprios passos soando nas lajes duma calçada solitária."
Neste último fragmento, o narrador comete uma bela sinestesia (cruzamento de sentidos) "dor branca".
Ao atingir a calçada, o Desconhecido sentiu-se novamente em segurança.
Pág. 10 - "Havia pouca gente naquela quadra, e isso de certo movo o tranquilizou." (...) "Habituava-se aos poucos àquela cidade. Em breve estaria familiarizado com suas 5ruas, e talvez até com seus habitantes. Claro, conseguiria explicar à polícia que não era um ladrão, que não sabia como aqueles objetos tinham vindo parar em seu poder..." (...) "Depois das sombras do mato era bom ver luz. Aproximou o relógio dos olhos, num gesto automático. Parado. Verificou que o vidro estava partido. Como acontecera aqulo? Onde?"
As lembranças do Desconhecido são nebulosas, ele não consegue distinguir nada do passado com clareza.
Pág. 11n - "Sobressaltou-se ao avistar o homem que o obervava lá no fundo... (Ele está diante de uma vitrine) Um homem sem chapéu, o cabelo revolto, a roupa manchada, um cigarro preso aos lábios... Levou algum tempo para perceber que estava diante dum espelho. Começou a fazer gestos que o outro repetia. O outro era ele. Mas ele era... assim?" (...) Por algum tempo ele chorou como uma criança, ali junto da vitrina. Por fim enxugou os olhos com a manga do casaco, mas não quis mais olhar para o outro. Saiu a caminhar lentamente, e de instante a instante balbuciava - 'Meu Deus!' - achando estranha a própria voz como achara estranha a própria imagem.
Ele compra um saquinho de pipoca que custa 2,50, entrega uma nota de 50,00 e vai embora, sem aceitar o troco.
Pág. 12 - "O remorso piucou-o. Não deveria gastar o dinheiro alheio. Não era direito. Teria um dia de responder por aquilo."
(...)
"E de novo se perdeu num território crepuscular, povoado de vozes e vultos vagos, iluminado de quando em quando por súbitos e inexplicáveis clarões - e nesse mundo ele andou perdido, o pensamento vazio, consciente apenas do fato de que caminhava, embora as pernas parecessem não pertencer-lhe. (...) No mais, era aquela dor branca na boca do estômago, e a solidão, o abandono, o ruído regular e implacável daquelas passadas que o perseguiam. Levou algum tempo para perceber que eram os seus próprios passos soando nas lajes duma calçada solitária."
Neste último fragmento, o narrador comete uma bela sinestesia (cruzamento de sentidos) "dor branca".
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