NA RUA DO PROSTÍBULO
A cena do bar-restaurante está encerrada. Inicia-se a caminhada.
Pág. 35 - "Saíram os três a andar por uma rua larga, deserta e pobremente iluminada. (...) O homem do cravo caminhava em silêncio, o corcunda cantarolava uma música qualquer e de vez em quando fazia um passinho de dança, mas sempre de cabeça baixa, como que entretido a namorar a própria sombra."
Depois de alguns quarteirões caminhando à toa ...
"Entraram num beco sombrio mas animado. Nas janelas de suas casas debruçavam-se mulheres que sussurravam ou gritavam para os passantes: 'Vem, negro' - 'Entra, meu bem, que eu quero te dizer uma coisa ' - 'Olha aqui, beleza!' Uns paravam, trocavam algumas palavras com as mulheres e depois entravam. Outros passavam de largo.
O corcunda esfregou as mãos.
- A minha gente! - exclamou. - O meu eleitorado!"
(...)
"De dentro de seus quartos, alumiados por lâmpadas veladas, vinha um cheiro de fogareiro de espírito-de-vinho misturado com a fragrância de pó de arroz e ddentifrício."
Pág. 36 - "... e num dado momento parou diante da janela duma loura oxigenada e começou a executar uma dança erótica. O mestre teve de chamá-lo à ordem com energia. Aquilo não era coisa que se fizesse em plena rua! Que ia pensar deles o 'nosso companheiro'?"
(...)
Quase no fim do beco, o homem do cravo depôs o corcunda na calçada, à frente duma janela onde se debruçava uma rapariga muito nova e franzina, com qualquer coisa de infantil e doentio na face mal pintada. Ao vê-la, o anão ficou excitado.
- Mestre, espere um pouco. Vou fazer uma devoção."
(...)
"A janela fechou-se."
(...)
"O mestre tirou um cigarro da carteira, prendeu-o entre os lábios e ofereceu outro ao companheiro, que o aceitou."
Pág. 37 - "Teve um sobressalto, ao ouvir um grito lancinante de mulher vindo de dentro do quarto onde o corcunda entrara. Olhou espantado para o mestre, que o tranquilizou com um gesto:
- O nanico tem seus métodos peculiares. E, no fim de contas, meu caro, dizem que todos os caminhos levam a Roma n'est-ce pas?"
(...)
"Alguns minutos depois o corcunda saía da casa da prostituta, assobiando vigorosamente. A janela continuava fechada e uma ideia passou pela mente do Desconhecido. Decerto o corcunda matou a menina. Teve ímpetos de saltar sobre o réptil e esmagá-lo. Suas mãos tremiam, o cigarro lhe caiu da boca. Odiava aqueles dois monstros! Mas quando o mestre lhe fez um sinal, ele os seguiu submissamente."
A cena do bar-restaurante está encerrada. Inicia-se a caminhada.
Pág. 35 - "Saíram os três a andar por uma rua larga, deserta e pobremente iluminada. (...) O homem do cravo caminhava em silêncio, o corcunda cantarolava uma música qualquer e de vez em quando fazia um passinho de dança, mas sempre de cabeça baixa, como que entretido a namorar a própria sombra."
Depois de alguns quarteirões caminhando à toa ...
"Entraram num beco sombrio mas animado. Nas janelas de suas casas debruçavam-se mulheres que sussurravam ou gritavam para os passantes: 'Vem, negro' - 'Entra, meu bem, que eu quero te dizer uma coisa ' - 'Olha aqui, beleza!' Uns paravam, trocavam algumas palavras com as mulheres e depois entravam. Outros passavam de largo.
O corcunda esfregou as mãos.
- A minha gente! - exclamou. - O meu eleitorado!"
(...)
"De dentro de seus quartos, alumiados por lâmpadas veladas, vinha um cheiro de fogareiro de espírito-de-vinho misturado com a fragrância de pó de arroz e ddentifrício."
Pág. 36 - "... e num dado momento parou diante da janela duma loura oxigenada e começou a executar uma dança erótica. O mestre teve de chamá-lo à ordem com energia. Aquilo não era coisa que se fizesse em plena rua! Que ia pensar deles o 'nosso companheiro'?"
(...)
Quase no fim do beco, o homem do cravo depôs o corcunda na calçada, à frente duma janela onde se debruçava uma rapariga muito nova e franzina, com qualquer coisa de infantil e doentio na face mal pintada. Ao vê-la, o anão ficou excitado.
- Mestre, espere um pouco. Vou fazer uma devoção."
(...)
"A janela fechou-se."
(...)
"O mestre tirou um cigarro da carteira, prendeu-o entre os lábios e ofereceu outro ao companheiro, que o aceitou."
Pág. 37 - "Teve um sobressalto, ao ouvir um grito lancinante de mulher vindo de dentro do quarto onde o corcunda entrara. Olhou espantado para o mestre, que o tranquilizou com um gesto:
- O nanico tem seus métodos peculiares. E, no fim de contas, meu caro, dizem que todos os caminhos levam a Roma n'est-ce pas?"
(...)
"Alguns minutos depois o corcunda saía da casa da prostituta, assobiando vigorosamente. A janela continuava fechada e uma ideia passou pela mente do Desconhecido. Decerto o corcunda matou a menina. Teve ímpetos de saltar sobre o réptil e esmagá-lo. Suas mãos tremiam, o cigarro lhe caiu da boca. Odiava aqueles dois monstros! Mas quando o mestre lhe fez um sinal, ele os seguiu submissamente."
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