Acesse a publicação original
A literatura brasileira vai bem, o leitor é que vai mal, diz
Menalton Braff durante o Viagem Literária

Escritor Menalton Braff falou sobre a arte da escrita e
mercado editorial
"A necessidade
de dizer é o que motiva o escritor" (sobre a vocação literária).
"O escritor tem
a obrigação de viver; senão ele se estiola" (sobre a responsabilidade
social do escritor).
"A literatura brasileira vai bem. O leitor é que vai
mal" (sobre o mercado editorial brasileiro).
"Uma biblioteca é um templo. Um tabernáculo"
(sobre o local em que fazia a palestra).
As opiniões são do escritor gaúcho Menalton Braff, durante
sua participação no projeto Viagem Literária na manhã desta terça-feira, dia
16, na Biblioteca Municipal. Durante cerca de duas horas, Menalton, vencedor em
2000 da maior láurea literaria brasileira, o Prêmio Jabuti, com o livro de
contos "À sombra do cipreste", falou de sua vida, sua obra, sobre o
fazer literário e, de maneira simpática, às vezes didática e quase sempre bem
humorada, respondeu a perguntas do público.
Ao explicar porque
entende que a literatura brasileira vai bem e mal o leitor, Menalton citou
estatísticas sobre o mercado editorial, dando conta que, hoje, no Brasil, é
publicado, em média, 1,9 livro por pessoa, por ano, contra 16 livros por pessoa
em países bem menores como a Suécia. Destacou, ainda, o fato de, na média
nacional de oferta de livros, estarem incluídos todos os tipos de publicações,
de autoajuda a livros didáticos, tendo as obras literárias, consideradas arte
("que é uma necesidade de expressão e não existe para fazer a cabeça de
ninguém", acrescentou), uma participação bem pequena.
Mesmo assim, considera-se um otimista "não
ingênuo" quanto ao futuro da literatura no País. "Há poucos anos, 60%
da população brasileira era composta por analfabetos. Hoje tais números diminuiram
muito. Observa-se um grande empenho no estímulo e formação de novos leitores e
cito, como exemplo, este projeto, Viagem Literária.
Além disso, nunca vi tanto esforço, nas escolas, para se
colocar livros nas mãos dos estudantes".
Menalton aprendeu a
ler sozinho aos cinco anos de idade, na cidade gaúcha de Taquara, onde nasceu,
vendo o pai ensinar a irmã, um ano mais velha que ele. "Ele ensinava
mostrando um texto e isso me despertou o interesse por narrativas". O
primeiro livro que leu, na mesma época, foi uma edição em quadrinhos de "O
Guarani", de José, de Alencar, o que, segundo afirmou, despertou sua
vocação pela escrita. "Se gosto tanto de narrativas, por que não vou
inventar as minhas?, perguntei a mim mesmo na ocasião. E não parei mais de escrever
histórias".
Hoje, 19 livros livros depois - entre coletâneas de contos,
romances, histórias infantojuvenis - além de prêmios literários, Menalton que
é, também, professor de Literatura Brasileira, continua em grande atividade.
Acaba de lançar o romance "O casarão da rua do Rosário", onde procura
mostrar como a situação política nacional pode influenciar na vida de uma
família.
Diz que não tem uma temática única para suas obras, mas
preocupa-se em evidenciar, nelas, como o que fatos externos ao indivíduo podem
influir em seu comportamento. O projeto "Viagem Literária" é
promovido pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado e está em sua quinta
edição. Ao apresentar o escritor Menalton Braff, o secretário municipal de
Cultura, Welington Borges, destacou a importância do evento por proporcionar o
contato direto entre os escritores e leitores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças