
O romance foi lançado pela Global Editora e deve chegar às livrarias ainda este mês.
Publicamos, a seguir, o texto da reportagem. Para acessar a versão eletrônica, clique aqui.
Escritor
gaúcho radicado em Serrana lança 2º livro de trilogia sobre crime e poder
Em 'Pouso do Sossego',
Menalton Braff, Prêmio Jabuti em 2000, retoma personagens de “Tapete do
Silêncio”, de 2013
Menalton Braff, um dos escritores mais prolíficos do País,
acaba de lançar seu novo romance: “Pouso do Sossego”. Trata-se do segundo livro
da trilogia “Tempus Fugit”, que iniciou no ano passado com “Tapete do
Silêncio”.
Nos últimos anos, quando deixou o magistério definitivamente
pela literatura, o gaúcho radicado em Serrana tem lançado, em média, quase dois
títulos por ano, entre obras para adultos e adolescentes.
Para ele, escrever é quase uma obsessão. Tanto que já tem
até o nome da próxima obra. “Não sei muito bem viver de forma diferente. Agora
já ando um pouco mais preguiçoso, mas sempre tenho alguma coisa em que
trabalhar. O romance que venho tecendo lentamente tem o título provisório de
‘Uma Casa Com Varanda’. Escrevo pouco, sem pressa, mas com prazer. E dor”,
ressalta.
Mas o assunto aqui é “Pouso do Sossego”, que teve sua gênese
exatamente no momento em que Menalton terminou “Tapete do Silêncio”, que
concorreu ao prêmio Jabuti do ano passado.
O escritor conta que havia “questões pendentes merecendo ser
desenvolvidas”. Para ele, a cidade ficcional de Pouso do Sossego havia mostrado
muito de suas entranhas num período determinado e tudo levava a crer tratar-se
de um tempo já passado e distante.
“Pareceu-me, naquele momento, que a cidade teria de sofrer
alguma transformação com o progresso praticamente necessário. A cidade seria
modificada lentamente, as pessoas seriam substituídas pelos descendentes, mas
tudo isso demandaria voltar à cidade alguns anos mais tarde e observar como ela
havia ficado. Daí surgiu a ideia de uma trilogia”, explica.
Crime
O novo livro conta a história de uma mulher, Lúcia, que
volta à cidade natal que deixou após um crime violento. Tudo porque em “Tapete
do Silêncio” ela, filha do homem mais poderoso da cidadezinha, se apaixona por
um malabarista do circo que acabara de chegar.
Para Menalton, mais importante do que os personagens em si,
é a própria cidade onde se passa a ação. “Digamos que é uma ‘topopersonagem’.
Ela atua sobre as pessoas e pelas pessoas é obrigada a transformar-se. Sua
praça, as ruas estreitas, a iluminação noturna precária, o canal que a
atravessa, enfim, a cidade interage com as demais personagens”, comenta.
O autor afirma ainda que Pouso do Sossego é uma síntese de
todas as pequenas cidades em que viveu. “A maior parte de minha vida
transcorreu em duas capitais (Porto Alegre e São Paulo) e isso é mais uma razão
para que meu olhar sobre pequenas cidades, por onde vivi alguns anos, fosse
mais crítico. Quem vem de fora vê o que os olhos locais, por causa do costume,
não conseguem mais enxergar”, argumenta.
O gaúcho, que não abre mão do experimentalismo estético em
seu trabalho, lembra que mais interessante do que contar uma história é a forma
de contá-la. “Veja o caso bem brasileiro do Machado de Assis e da Clarice
Lispector. Suas histórias são bastante simples, de muito pouco enredo.
Entretanto, são dos maiores escritores brasileiros e isso por causa do modo
como constroem a linguagem e o tipo de reflexões que permeiam seus textos”,
afirma.
Serviço - Pouso do Sossego
Menalton Braff
Editora Global
136 páginas
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