terça-feira, 26 de abril de 2016

FALTA POUCO PARA A NOITE DE AUTÓGRAFOS EM SÃO PAULO

Esperamos você às 18h30, na Livraria da Vila - Fradique, para a noite de autógrafos da coletânea de contos O PESO DA GRAVATA, que está sendo lançado pela Primavera Editorial.

Este é o 23º livro do autor. Ao longo de quase quatro décadas de carreira, Braff lançou romances, coletâneas de contos, histórias infantis e novelas infantojuvenis. Venceu ou disputou como finalista alguns importantes prêmios de literatura, dos quais a mais recente conquista divulgamos ontem neste blog: o Selo Altamente Recomendável FNLIJ para o livro 'Castelo de areia'. Mas mas foi com outra coletânea de contos, ‘À sombra do cipreste’, que ele conquistou sua premiação máxima: Livro do ano no Jabuti 2.000.

Para quem ainda não leu, trazemos novamente a entrevista com Menalton Braff sobre o livro publicada originalmente neste blog, no último sábado.

Blog do Menalton (BM): Fazia tempo, que você não publicava contos. Depois do livro premiado, veio apenas ‘A Coleira no pescoço’. Alguma razão para isso? 

MB: Em todo esse tempo, não parei de escrever contos. E cada conto é uma obra acabada, que pode até dialogar com o restante da produção, mas é uma estrutura completa. Por isso, só produzi contos quando um assunto me forçava a isso. Só não publicava e isso por razões do mercado editorial. As editoras, em geral, dão preferência ao romance. Então, meus contos iam sendo arquivados à espera de publicação. Que acabou acontecendo na Primavera Editorial.

Blog: Como nasceu O PESO DA GRAVATA? Os contos foram feitos especialmente para o livro ou ocorreu um processo de garimpagem, semelhante ao do premiado 'À sombra do cipreste'?


MB: São muito raros os casos em que um autor escreve conto para um livro. No geral, e pertenço a esse caso, os contos nascem das circunstâncias, nascem das motivações de qualquer arte. Portanto, não há entre eles alguma coesão temática. Talvez estrutural em virtude do tempo e das circunstâncias em que o autor esteja mergulhado.

Blog: Em sua opinião, qual o traço comum a todos os contos desse livro?

MB: O livro pode ser dividido em duas partes: na primeira, predominam os contos com incursões pelo fantástico e pelo absurdo; na segunda, eles mantêm certo realismo/lirismo. Todos eles, entretanto, buscam uma linguagem que os aproxime da poesia.

Blog: O que O PESO DA GRAVATA traz de novo em relação aos seus outros livros de contos?

MB: Me parece que a novidade é essa incursão pelo fantástico e pelo absurdo. No mais, acho que mantêm alguma coisa de minha visão de mundo e da humanidade.

Blog: Como você se sentiu nessa primeira incursão pelo fantástico e pelo absurdo, depois de transitar tantos anos por temas concretos?

MB: Me senti bem mais realizado. Eram áreas da literatura que eu olhava nos outros, agora sei que posso transitar por elas.

Blog: E essa experiência acaba por aqui, na constatação de que é possível transitar por novas áreas, ou você sente que o fantástico e o absurdo já se incorporaram no seu repertório?

MB: Não sei. A coisa precisa chegar meio pronta. Se pintar algo no gênero, não fujo mais como fugia. Agora sei que posso entrar, que os fantasmas não me assustam mais.

Blog: Você é contista, romancista, escreve para adultos, crianças e adolescentes. O que muda quando você assume cada um desses papéis? O Menalton contista é diferente do Menalton romancista? 
Existe algo em comum em todos esses Menaltons?

MB: Bem a diferença é grande e não conseguiria dizer tudo neste espaço. O Menalton intantojuvenil guarda certos princípios de linguagem e de ética, pois tem como destinatários seres em formação. Entre romance e conto as diferenças são mais no campo da estética. A linguagem do conto é mais densa, puxa mais para a poesia. Costuma-se dizer que no conto nada pode sobrar e no romance nada pode faltar. No conto não pode haver ornamento gratuito. Tudo tem de ter função, logo a linguagem deve também ser mais rigorosa do que no romance. No conto deve-se evitar o panorama e privilegiar a cena. O romance tem de viver dos dois em equilíbrio. O conto nasce pronto, de um jato, o romance é um convívio prolongado, às vezes de anos.

Blog: Quando você senta para iniciar um trabalho, você já tem em mente se será um conto ou um romance?

MB: Sem dúvida. Flagra-se com frequência esse engano principalmente em escritores iniciantes. Um assunto para romance não pode ser espremido em um conto, assim como o assunto de um conto não pode ser estendido em um romance. Isso pode matar uma obra. Quando surge um assunto, a primeira coisa que se tem de pensar é justamente se nasceu um conto ou um romance. Antes dessa certeza não se deve começar o trabalho. Isso já me ocorreu e tive de jogar fora algumas semanas de trabalho. Eu estava enganado.

Blog: Como você escolhe seus temas?

MB: Não escolho os temas. Sem demagogia - os temas é que se escolhem. Costumo dizer que escrevo sobre o que me encanta e sobre o que me espanta. E tudo isso está aí ao nosso redor. Basta abrir os olhos.

Blog: O PESO DA GRAVATA é seu 23º livro. Você vê uma grande diferença de maturidade entre ele e os primeiros?

MB: Ah, não, na verdade me sinto o mesmo. Não tenho competência para essa avaliação.





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