A proposta da coluna MOTIVOS é revelar aos leitores as razões que levaram Menalton Braff a escrever cada um de seus livros.
Castelo de areia
Castelo de areia foi o resultado de uma vivência diária com alunos de Ensino Médio. Esse convívio me demonstrava quase todos os dias que o adolescente é mais conservador do que os adultos, e, claro, refiro-me a uma minoria mas nem tão minoria assim. E esse modo moralista de ver o mundo, esse falso moralismo, muitas vezes levava à truculência com desdobramento em bulling como agora é moda referir-se ao fato.
Muitas vezes vi garotos excluídos do grupo principal de uma classe por suspeita de homossexualismo. E muitas vezes percebi quer um garoto simplesmente por ser mais delicado que os demais, que não entrava nas brincadeiras de empurrões e socos, essas brincadeiras mais brutas de adolescentes, só por isso ser taxado de homossexual.
A observação de muitos anos me deu a convicção de que deveria dizer alguma coisa a respeito. Os personagens então criados são ficcionais, inteiramente inventados, assim como a história. Não parti
de nenhum fato isolado, conhecido, mas do conjunto dos muitos fatos a que assisti, cuja síntese tentei no romance.
A ideia que me norteou foi a de criar um clima anti-homofóbico. Ou seja, uma história em que um de dois amigos e colegas de escola se apaixona pelo outro. Mas o segundo acaba convencendo o primeiro de que entre os dois não se deve ultrapassar os limites da amizade. Conhece a paixão do colega, mas não tem vocação para o amor homossexual.
Mostrei os originais do romance primeiro a um homossexual assumido, adulto, culto, e ele deplorou a história. Então mostrei a uma homo, mulher, culta, assumida e encontrei a mesma reação. Ambos acharam que a melhor solução seria os dois tornarem-se num casal. Ora, mas não era minha intenção discutir o homossexualismo em si, senão demonstrar quer a amizade entre um homo e um hetero não só é possível mas quase obrigatória desmontando os preconceitos sexuais.
Em 2015 a Editora Moderna publicou o livro.
Blog de Literatura do escritor Menalton Braff, autor de 26 livros e vencedor do Prêmio Jabuti 2000.
Páginas
- ALÉM DO RIO DOS SINOS
- AMOR PASSAGEIRO
- Noite Adentro
- O Peso da Gravata
- Castelo de Areia
- Pouso do Sossego
- Bolero de Ravel
- Gambito
- O fantasma da segundona
- O casarão da Rua do Rosário
- Tapete de Silêncio
- À sombra do cipreste
- Antes da meia-noite
- Castelos de papel
- A coleira no pescoço
- Mirinda
- A Muralha de Adriano
- Janela aberta
- A esperança por um fio
- Na teia do sol
- Que enchente me carrega?
- Moça com chapéu de palha
- Como peixe no aquário
- Copo vazio
- No fundo do quintal
- Na força de mulher
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