O Dr. Miguel Carlos Vitaliano (Carlucho) é médico pneumologista em Orlândia, é poeta e compositor. Co o poema ao lado, venceu o Mapa Cultural 2015 na região de Ribeirão Preto. |
Miguel Carlos Vitalio (Carlucho)
“E longe avisto o porto nebuloso
e sempre noite,
chamado eternidade” (Castro Alves)
Do alto, olhando o mar
Alça voo albatroz do adeus.
Ganha os céus azuis
Deixando em terra
A promessa de morte em vida.
Adeus, minha Eugênia
Adeus ao amor que morre
Nunca mais tua alva pele
Adeus ao que não foi.
Choro por deixar
A vida, o sereno
Toque das tuas mãos
O viço do teu corpo.
E a morte dá gargalhadas...
Era cedo, minha Eugênia.
Muito cedo pra que
A morte levasse o nosso amor
Ceifando-me a vida.
Queria rolar na relva
Correr campos floridos
Chutar as estrelas
E me deitar ao teu lado.
Novamente a morte: cala-te.
Este amor deitará sob a
fria campa.
Eugênia, querida,
O que resta para nós
Além do desterro
Da dor?
E continua o voo do albatroz.
Cada vez mais
Se distancia o porto
E a escuridão aumenta
Enquanto a morte
Cumpre seu papel.
Terá o nosso amor
A mesma sina do cisne
Agonizante de Camille Saint-Saëns
Que
luta mas morre lentamente ?
E
a morte, novamente, gargalha.
Que
triste fim
Que
destino.
Não
te ter mais, Eugênia,
É
pranto e desatino.
Debate-se
o cisne e a morte sente o triunfo.
Adeus, pálida amante
dos meus sonhos!
Adeus, vida! Adeus,
glória! amor! Anelos
É hora, querida.
Fomos vencidos.
Evaporo nos ares
Levando Eugênia
Para sempre em mim.
Adeus, parto para a eternidade...
Simplesmente maravilhoso! Parabéns,poeta de Orlândia!
ResponderExcluirBrigaduuuu
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