quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CANTIGAS DE AMIGOS

 VIAJANTE
(Claudio Willer )
1                       

da janela do quarto de hotel (Belo Horizonte, acho, e às seis da tarde, é sábado)
o mundo é uma página que se abre
e o vento vem de longe
preparo-me para falar sobre Blake, Baudelaire, Rimbaud
recebo notícias de tigres e unicórnios
- o que restará de tudo isso?
sabores novos
e todas as coisas que acontecem em quartos de hotel
(vontade de grafitar as paredes)




2

que aconteçam maravilhas
em março, em abril
às segundas, terças e quintas-feiras
quando vestidos de vento e baforadas de fumo
caminharmos sobre trilhos fosforescentes
gritando: “que tudo vá bem! que tudo vá bem!”
profetas do sonho, sátiros da osmose, conspiradores da ilusão
o calmo relógio desta primavera

fora de época

*Da Wikipedia:
Claudio Jorge Willer (São Paulo, 2 de dezembro de 1940) é um poeta, ensaísta, crítico e tradutor brasileiro.
Graduado em Psicologia pela USP (1966) e em Ciências Sociais e Políticas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1963), obteve o título de Doutor em Letras, pela FFLCH-USP, na área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, com a tese "Um Obscuro Encanto: Gnose, Gnosticismo e a Poesia Moderna", aprovada com distinção em 28 de março de 2008.[1] Completou pós-doutorado em 2011, também em Letras na USP, com ensaios sobre o tema "Religiões estranhas, msiticismo e poesia".
Como poeta, Willer distingue-se pela ligação com o surrealismo e a geração beat. Ao lado de Sergio Lima e Roberto Piva, é um dos únicos poetas brasileiros a receber menção do periódico francês La Bréche - Actión Surrealisté, dirigida por André Breton em fevereiro de 1965.
Como crítico e ensaísta, escreveu em vários periódicos brasileiros: nos diários Jornal da Tarde, Jornal do Brasil (caderno Idéias), Folha de S. Paulo,O Estado de S. Paulo,Correio Braziliense, nas revistas Isto É e Cult e em publicações da imprensa alternativa e independente: jornal Versus, revista Singular e Plural, jornal O Escritor da UBE,Linguagem Viva, Muito Mais, Página Central, Reserva Cultural (cinema) e outras.
Seus trabalhos estão incluídos em antologias e coletâneas, no Brasil e em outros países, além de uma bibliografia crítica, formada por ensaios em revistas literárias, resenhas e reportagens na imprensa, além de citação ou comentários em obras de história da literatura brasileira, como as de Afrânio Coutinho, Alfredo Bosi, Carlos Nejar, José Paulo Paes, Luciana Stegagno-Picchio.
Ocupou cargos públicos em administração cultural e presidiu por vários mandatos a UBE, União Brasileira de Escritores.


Co-editou, com Floriano Martins, a revista eletrônica Agulha, de 1999 a 2009. Ministrou inúmeros cursos e palestras e coordenou oficinas literárias em universidades, casas de cultura e outras instituições.

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