terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

NOITE (5)


PELAS RUAS DA CIDADE ESTRANHA

O Desconhecido não estava reconhecendo nada, nem mesmo a si.

Pág. 12 - "Era uma rua estreita e sombria. Deve ser outra ciedade - pensou o homem de gris, sem sequer procurar saber como viera parar ali."
(...)
"As casas eram quase todas baixas e de alspecto pobre. De dentro de algumas delas vinham vozes cansadas." (...) "Chegou aos ouvidos do Desconhecido a música dum piano. Ele parou e procurou lembrar-se. Que melodia era aquela? Inútil. As notas soavam num vácuo." (...) " Andou assim uma quadra inteira, tão absorto a pensar em coisa nenhuma, que, ao erguer os olhos, estava a dois passos duma meia-água em cuja calçada se estendiam duas filas de cadeiras ocupadas por homens e mulheres que conversavam animadamente."


O Desconhecido abandonou a calçada, indo para o meio daa rua.
"Agora tinha certeza de que se batesse em qualquer dqaquelas portas para pedir um copo dágua, haviam de tratá-lo como a um criminoso. Era horrível viver em terra estranha!"
Pág. 13 - "Vendo a bola rolar na sua direção o Desconhecido precipitou-se para ela e aplicou-lhe um violento pontapé que a ergueu no ar, atirando-a atrás dum muro, enquanto detre ows meninos rompiam berros de protesto: 'Bruto! Cavalo! Prevalecido!' "

E ele foge.

Pág. 14 - "Por fim as vozes silenciaram. O homem de gris entrou noutra rua. Diante duma casa cor-de-rosa ouviu um choro de criança de colo, fez alto e ficou a escutar, sorrindo nem ele mesmo sabia por que, e só retomou a marcha quando o choro cessou."
"Debruçadas às janelas, mulheres conversavam aos gritos, atirando palavras como petecas para as amigas que estavam do outro lado da rua."
"Uma mulher gorda assomou à janela, inclinou-se para fora e gritou: 'Vem pra casa, meu filho!' O Desconhecido fez meia volta, obediente, e caminhou na direção da voz. Entrou num corredor sombrio e parou diante duma porta fechada, na qual bhateu timidamente, o coração a pulsar acelerado. Ouviu um rumor pesado de passos e, quando a porta se abriu, vislumbrou uma silhueta de mulher na penumbra da sala.
- Que é que o senhor deseja?
"De repente a mulher soltou uma exclamação, atirou-lhe com a folha da porta na cara, precipitou-se para a janela e roupeu a gritar:
- Socorro! Ladrão! Socorro"
 "Acudam! Ladrão! Acudam! Homens de pijama ou em mangas de camisa surgiram atararntados às janelas e portas de suas casas. O Desconhecido corria pelo meio da rua, perseguido pelos jogadores de sapata. Uma pedra passou zunindo, rente à sua cabeça; outra bateu num poste, ricocheteou e caiu na calçada."
"Continuou, porém, a correr e só parou duas quadras depois, já noutra rua quando se certificou de3 que os demônios não o perseguiam mais."

Mas o Desconhecido tinha sido atingido. E limpou o sangue da orelha com um lenço.

"Meteu o lenço no bolso e continuou a andar pela rua deserta, olhando de quando em quando para trás, a ver se esta ou não sendo seguido."

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