domingo, 10 de junho de 2012

QUESTÕES DE ESTÉTICA

Tais seriam as características gerais das formas de arte representadas, por um lado, pela arquitetura e escultura, e, por outro lado, pelas artes subjetivas: pintura, música e poesia.
Só nos falta agora falar do aspecto, por assim dizer, mecânico destas artes. O seu aspecto sensível reside nas relações com o tempo e o espaço que já são abastrações do sensível. O tempo e o espaço são formas gerais do mundo sensível, e é graças a isso que o sensível é sensível; são abstrações gerais do sensível. Considerada deste ponto de vista, a matéria de representação da arquitetura é o espaço de três dimensões mas é-o de um modo tal que as determinações fundamentais do espaço, ângulos, superfícies, linhas, têm uma regularidade que lhes é imposta pelo intelecto. As formas são, aqui, simples cristalizações das quais ainda estão ausentes a alma e o espírito. A pirâmide encerra um deus ausente. Quanto à escultura,
deu ela a todo o espaço uma figuração orgânica a partir do interior. Vêm a seguir, as artes românticas nas quais o exterior se começa a subjetivar e o espaço a ser abstrato. A pintura ocupa-se das superfícies extensas e sua figuração. (...) Este elemento sensível do tempo é o da música. Na poesia, o ponto corresponde também ao tempo mas este, em vez de possuir uma negatividade formal, é perfeitamente concreto, enquanto ponto do espírito, enquanto sujeito pensante, associado ao som temporal no espaço infinito da representação. É assim que a cada arte particular correspondem determinações particulares da exterioridade. Tal é o sumário dos assuntos que serão tratados na parte especial deste livro.
(...) A terceira arte romântica, a poesia, eleva-se até a objetividade em si, alarga indefinidamente o seu domínio, intervém nas duas outras artes românticas (a pintura e a música) para nelas introduzir um elemento novo e, ao mesmo tempo, para delas extrair elementos da sua própria formação. Com efeito, a poesia é comum a todas as formas do belo, porque o seu verdadeiro elemento é a fantasia de que carece toda a criação que, por qualquer forma, vise à beleza.
HEGEL, Georg W. F. (Coleção os Pensadores) Estética - a ideia e o ideal. 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1985. Pág. 155. 

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