terça-feira, 31 de julho de 2012

QUESTÕES DE ESTÉTICA DA LITERATURA (20)

Vladimir Propp
Pois bem, depois de uma longa pausa para descanso, retornamos com as QUESTÕES.
Como se pôde ver até agora, é impossível continuar no aprofundamento do assunto antes que se saiba o que está por dentro dele. A investigação continua em torno da pergunta, mas enfim, o que é literatura?
E voltamos com textos do português Vítor Manuel de Aguiar e Silva, extraídos de seu Teoria da Literatura


Págs. 47 e 48 - A linguagem literária como função da linguagem verbal

"No seio do formalismo russo, constituiu-se uma teoria explicativa da literariedade que estava destinada a conhecer uma fortuna excepcional nos estudos literários contemporâneos: a linguagem literária seria o resultado, o produto de uma função específica da linguagem verbal.
Esta teoria parece ter sido seminalmente proposta por Lev Jakubinskij, ao estabelecer, num estudo publicado em 1916, os caracteres diferenciais existentes entre dois 'sistemas de linguagem', o 'sistema da linguagem poética': enquanto no primeiro sistema 'os recursos linguísticos (sons, segmentos morfológicos, etc.) não possuem valor autónomo e são apenas um meio de comunicação', no segundo, 'o fim prático recua para segundo plano (não desaparece necessariamente de todo) e os recursos linguísticos adquirem valor autónomo.

4 comentários:

  1. Oi, Menalton:

    Tudo bem. Realmente faz-se muita confusao entre literatura e texto informativo. Creio que na literatura, ou seja um poema, conto, romande, teatro, etc... o poeta/escritor expressa sua intenção ou proposta que muitas vezes é interpretada pelo leitor de outra forma. Neste sentido, a graça da literatura está justamente nesta polissemia. É isto??

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  2. É isso, mas não só isso. Literatura, através dos tempos, nem sempre significou a mesma coisa. Essa é uma das razões por que vamo-nos estendendo sobre sua conceituação. Que muitas vezes exigirá sua caracterização. Mas agradeço por sua contribuição.

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  3. O texto literário é rico em linguagem literária, plurissignificativa e repleta de recursos expressivos que chamam a atenção para o modo como foi construído. Ele procura sensibilizar, emocionar o leitor. A preocupação estética é patente, as palavras são arranjadas no papel com muita beleza e são carregadas de sentidos conotativos.
    Quando nos deparamos com diversos tipos de textos, notamos entre eles diferenças (marcas, traços distintivos), umas mais nítidas, outras mais diluídas, sobretudo a três grandes níveis:sintaxe (Combinatória de sinais linguísticos (signos linguísticos), semântica (Significação da mensagem e pragmática (Utilização da mensagem; efeitos práticos pretendidos sobre o receptor. Assim, encontramos textos que contêm uma informação inconfundível, precisamente porque é artística (cheia de sugestão, de riqueza, de encanto), resultante da combinação de diferentes códigos e técnicas de produção e de expressão, e da utilização das linguagens de conotação e de recursos. Já a linguagem não literária é a utilizada com o seu sentido comum, empregada denotativamente, é a linguagem dos textos informativos, jornalísticos, científicos, receitas culinárias, manuais de instrução etc.O texto não literário procura dar uma opinião pessoal, informar ou relatar um fato acontecido, mas de maneira direta e objetiva, numa linguagem referencial.

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