LITERATURA
Escritor Menalton Braff vem a Franca lançar 'Tapete de Silêncio'
Escritor Menalton Braff vem a Franca lançar 'Tapete de Silêncio'
Autor(a): Vanessa Maranha Função: Especial para o Comércio
Foto(s): Rafael Mulinari/Comércio da Franca
Data: 25/09/2012
Legenda da foto: Menalton Braff está entre os 10 finalistas do Prêmio jabuti deste ano.
Segundo Menalton, é a passagem rápida de um espectro amplo
da história do Brasil. Vai do fim da 2º Guerra Mundial, passa pelo período
Ditadura Militar - momento histórico recorrente em sua obra -, passeia pelo
Movimento Diretas Já e segue até o início de 2000. “Parte da descrição da vida
de cinco irmãs solteironas, mulheres fanaticamente religiosas que vivem nesse
casarão. Uma delas rompe com esse quadro de tradição e religiosidade
casando-se. Evidentemente essa será a personagem execrada, bem como um irmão
deficiente mental que é expulso do casarão pelas irmãs e vive numa edícula.
Esse personagem é a expressão da poesia no livro. Um psiquiatra narra essa
saga”, conta ele. Tapete de Silêncio, por sua vez, é uma síntese narrativa de
sua experiência em várias pequenas cidades do Brasil. Narra a realidade
universal de uma sociedade entrópica, isto é, voltada para si própria. Parte da
inquietação do exercício do poder baseado em usurpação, inclusive, de
liberdade.
“Os subterrâneos do poder nessas cidades, o atrito entre os
donos do poder dessa cidade com uma trupe circense. Eis o núcleo do drama todo.
A ideia é mostrar aspectos humanos como intolerância, falso moralismo,
intransigência, autoritarismo. São sociedades que vivem muito de si mesmas e
trocam pouco com o mundo. São famílias que disputam o poder local. Tapete de
Silêncio é o primeiro volume de uma trilogia. Depois dele virá O Pouso do
Sossego e, por fim, Na Ponta do Tempo, que estou escrevendo.” Quem acompanha a
obra de Menalton Braff observa nele um autor que foge da repetição e que quer
experimentar, inclusive para públicos distintos: escreve com indistinta
maestria para crianças, jovens e adultos.
“A narrativa é uma
necessidade humana. Segundo Flávio R. Kothe, autor de Literatura e Sistemas
Intersemióticos, sempre que surge uma mídia nova, esta não anula as anteriores,
que então precisam se reinventar.Se pensarmos nos enredos de Machado de Assis e
Guimarães Rosa, por exemplo, não são enredos extraordinários. Mas quando mergulhamos
nessa obra do ponto de vista da linguagem, do modo como esses enredos são
alinhavado, ficamos deslumbrados pela forma grandiosa e aí, sim, nos tornamos
leitores de literatura”, pondera.
Numa autoanálise crítica sobre a evolução ou possíveis
digressões do próprio trabalho ele diz: “Desde À Sombra do Cipreste eu não
abandonei a preocupação social, mas procuro fazer disso apenas pano de fundo,
jamais um discurso. Venho me esmerando na criação psicológica dos personagens.
Minha principal transformação é no sentido de dar cada vez mais valor à
dimensão estética. No plano da expressão, quero ousar tanto na sintaxe quanto
no léxico”. Menalton Braff, a cada lançamento, surpreende. Um autor grandioso.
Está entre os 10 finalistas para o Prêmio Jabuti desse ano, pelo livro Tapete
de Silêncio, que ele veio lançar em Franca.
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