UM PRESENTE E TANTO

No sábado, 8/9, estive em Araçatuba participando da IV Jornada de Literatura, promovida pela Secretaria da Cultura da cidade, tendo à frente o Secretário, Hélio Consolaro, e a convite do II ENESIAR, promoção articulada pela UBE local (cujo coordenador é o Diretor de Integração Nacional da UBE, o professor Antonio Luceni).

Na minha palestra, declarei que meu primeiro contato com a literatura deu-se aos cinco anos de idade, quando li O Guarani, de José de Alencar. É claro que percebi os risinhos disfarçados, com olhos baixos e a mão na boca. Me senti na obrigação de contar a história completa e declarei que havia, na época, uma revista, a Edição Maravilhosa, que publicava clássicos da literatura em forma de HQ.

Pois não é que a professora Lula, na plateia, disse que herdara uma coleção quase completa da Edição Maravilhosa? Fiquei emocionado, pois não tenho encontrado muita gente que conheça essa obra.


A Edição Maravilhosa publicava um romance por mês, e isso em pleno período da II Guerra Mundial.
Peri, Ceci, aquele povo todo habitou meu imaginário de menino, aliás, continuam meus amigos até hoje.
Bem, a palestra terminou, autografei meus dois romances mais recentes e, em boa companhia fomos almoçar. A Lula desapareceu, e ficamos sabendo que foi almoçar com a família.
No segundo tempo, início às 14h, ela voltou para ouvir, de início a preciosa comunicação do Prof. Dr. Tito Damazo, sobre a poesia brasileira contemporânea.

De dentro de uma sacola, sorriso maroto nos lábios, a profesora retirou quatro exemplares da Edição Maravilhosa, os números 134, 142, 152 e 182, o primeiro deles de outubro de 1956. Fiquei emocionado, claro, pois voltei pelo túnel do tempo a meus cinco anos.  Muito mais emocionado, todavia, quando ela me disse:
- Tome, são seus.