INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTA POSTAGEM:
Título: Na teia do sol
Editora: Planeta
Ano: 2004
PREÇO: de R$ 29,90 a R$ 35,00
ONDE ENCONTRAR:
Livrarias:
Livraria Cultura
Livraria da Folha
Livraria da Travessa
Outras lojas:
Americanas.com
Pontofrio.com
COMENTÁRIO:
Folha de São Paulo (Ilustrada) pág. 2 – 13/11/04
O purgatório da história
MANUEL DA COSTA PINTO
COLUNISTA DA FOLHA
Coincidência ou não, o fato é que, num momento em que são lembrados os 40 anos
do golpe de 64, surgem três romances que têm como epicentro os anos de chumbo: "O
Fantasma de Luis Buñuel", de Maria José Silveira, "Não Falei", de Beatriz Bracher -
obras que tive a oportunidade de comentar nesta coluna "Rodapé"- , e "Na Teia do Sol",
do gaúcho Menalton Braff.
Dentre eles, o livro de Braff é o mais elaborado formalmente. Seus capítulos são jorros
verbais em que o protagonista descreve de modo obsessivo, às vezes alucinado, uma
situação de isolamento extremo, desencadeada pela perseguição política.
ORELHA:
Por Haroldo Seravolo Sereza
- Dados do livro
- Preço
- Onde encontrar
- Comentário
- Orelha
Título: Na teia do sol
Editora: Planeta
Ano: 2004
PREÇO: de R$ 29,90 a R$ 35,00
ONDE ENCONTRAR:
Livrarias:
Livraria Cultura
Livraria da Folha
Livraria da Travessa
Outras lojas:
Americanas.com
Pontofrio.com
COMENTÁRIO:
Folha de São Paulo (Ilustrada) pág. 2 – 13/11/04
O purgatório da história
MANUEL DA COSTA PINTO
COLUNISTA DA FOLHA
Coincidência ou não, o fato é que, num momento em que são lembrados os 40 anos
do golpe de 64, surgem três romances que têm como epicentro os anos de chumbo: "O
Fantasma de Luis Buñuel", de Maria José Silveira, "Não Falei", de Beatriz Bracher -
obras que tive a oportunidade de comentar nesta coluna "Rodapé"- , e "Na Teia do Sol",
do gaúcho Menalton Braff.
Dentre eles, o livro de Braff é o mais elaborado formalmente. Seus capítulos são jorros
verbais em que o protagonista descreve de modo obsessivo, às vezes alucinado, uma
situação de isolamento extremo, desencadeada pela perseguição política.
ORELHA:
Por Haroldo Seravolo Sereza
"Menalton Braff não é um escritor "da moda".
Seus livros recusam os problemas mais óbvios do nosso tempo, as explicações
fáceis, as formas que seus contemporâneos desgastam com a facilidade de quem
troca, todo ano, de computador. De recusa em recusa, Braff segue um caminho
próprio e criativo.
O protagonista deste livro, Na Teia do Sol, é um militante
político, aparentemente forçado a se esconder, disfarçado de horticultor,
esperando que a repressão se enfraqueça para que possa retomar as rédeas de sua
existência.
Está alienado de sua vida e não consegue vislumbrar muito
bem os motivos que o levaram a esta situação. Cada carro que se aproxima, cada
avião que cruza o céu, cada latido do cão que não fala a sua língua, é uma
ameaça à sua precária e, mais que isso, falsa liberdade.
Não é só o real aparente que persegue o narrador, de
codinome Tito, mas também a enchente de suas memórias - da própria estadiano
sítio, da prisão, dos pais, da namorada que deixou para trás, dos companheiros
que podem tê-lo traído, do terror de imaginar cenas que não se sabe se passou
ou se passará.
É o medo que move e, principalmente, paraliza Tito, assim
como a forma que Braff deu ao romance move, paraliza e angustia o leitor que
está diante de um livro que ousa e consegue transformar em literatura viva
matéria que parece não estar disponivel aos criadores da estação."
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