O poema abaixo está nas páginas 97 e 98 do livro A soleira e o século, do meu amigo Iacyr Anderson Freitas.
TUA MANHÃ SE CURVA
Chegará a hora,
sob o mesmo assombro.
Tudo por fazer, a casa em desordem.
Nenhum dever cumprido.
O mesmo vazio bate à porta.
Não tens palavra. De novo
essa ausência de linguagem
que distende o mundo.
Tesouro algum foi buscado?
No horizonte houve um rumo? Uma medida?
A tudo respondes com rancor.
No mais íntimo de teu corpo
algo se move.
O tempo não traz resposta. A madureza
punge os ossos: tua manhã se curva.
Por fim, o asco. Preso à mão
quando a mão se escreve.
aprende-se a conviver com ele
sem temor. O que era incômodo
faz-se vício.
Mas o mergulho é curto:
a dor te chama pelos cabelos.
Vens à tona.
De novo
o olhar irrefletido, de bicho,
sem notícia do tempo submerso.
De novo
a imperiosa vontade de viver,
que não deixa de ser, no fundo,
uma forma menor
de esquecimento.
TUA MANHÃ SE CURVA
Chegará a hora,
sob o mesmo assombro.
Tudo por fazer, a casa em desordem.
Nenhum dever cumprido.
O mesmo vazio bate à porta.
Não tens palavra. De novo
essa ausência de linguagem
que distende o mundo.
Tesouro algum foi buscado?
No horizonte houve um rumo? Uma medida?
A tudo respondes com rancor.
No mais íntimo de teu corpo
algo se move.
O tempo não traz resposta. A madureza
punge os ossos: tua manhã se curva.
Por fim, o asco. Preso à mão
quando a mão se escreve.
aprende-se a conviver com ele
sem temor. O que era incômodo
faz-se vício.
Mas o mergulho é curto:
a dor te chama pelos cabelos.
Vens à tona.
De novo
o olhar irrefletido, de bicho,
sem notícia do tempo submerso.
De novo
a imperiosa vontade de viver,
que não deixa de ser, no fundo,
uma forma menor
de esquecimento.
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