quarta-feira, 16 de outubro de 2013

CONHEÇAM O TEXTO ESCOLHIDO PARA O SEGUNDO CAPÍTULO

Estamos iniciando hoje mais uma etapa do projeto "Uma história, várias mãos".

A seguir, publicamos o texto escolhido como segundo capítulo do e-book coletivo. A partir de agora, os jovens estão convidados a escrever o terceiro capítulo que deverá dar continuidade aos dois primeiros.

Podem participar da disputa jovens de até 18 anos e quem estiver enviando texto pela primeira vez deve anexar cópia (frente e verso) da carteira de identidade.

O prazo para entrega do terceiro capítulo é meia-noite do dia 31 de outubro. Antes de começar a escrever, é importante ler o regulamento e os dois primeiros capítulos.

Regulamento

Dois primeiros capítulos

Boa sorte a todos!


Capítulo 2

Ricardo saiu da escola com a cabeça perturbada. Apalpou o bolso, pegou o celular e pensou em mandar uma mensagem para Marina, mas hesitou. Se o anônimo do bilhete descobrisse, com certeza Ricardo ia conhecer o “motivo para se arrepender”. Não ia conseguir se afastar por muito tempo de Marina, alguma coisa ia falar com ela. Andou depressa, pensando no caso. Entrou em casa e bateu a porta. Largou a mochila no sofá e correu pra cozinha.
E aí, filho? Como foi na escola?
– Oi, pai. Foi mais ou menos, aconteceu uma coisa que não sai da minha cabeça, e eu tô um pouco preocupado.

– Diga – o pai de Ricardo aprumou-se na cadeira, dobrou o jornal e olhou para o filho.
– Olha isso – Ricardo pegou o bilhete no bolso e mostrou ao pai. Ele leu com a testa franzida e colocou o bilhete sobre a mesa.
– Então, eu acho que é um menino apaixonado pela Marina e que tem ciúmes de você, porque você é o melhor amigo dela.
– Eu pensei nisso, é o mais óbvio, mas e essa coisa de eu ter motivo pra me arrepender? Será que é algum menino querendo me botar contra a parede e me bater? Ou é um louco?
– Não acho que chegaria a esse ponto, Ricardo. Pensa: esse moleque não deve ser assim tão perigoso. Ele te mandou um bilhete, e não veio falar com você cara a cara. Não se preocupe, fale com o Ronaldo e a Marina no domingo. No sítio esse tal menino do bilhete não tem como saber que você andou com ela.
– Tá... eu vou ligar pro Olavo. Ele era o único além do Ronaldo que estava na sala quando eu achei o bilhete na minha carteira, pode ter sido ele quem mandou.
– Pode ser. Vai lá – disse o pai, e voltou ao jornal.

Ricardo subiu, pegou o telefone e teclou o número de Olavo. Esperou, andando nervoso em círculos no quarto.
– Alô?
– Olavo, é o Ricardo. Eu preciso que você me fale uma coisa, sem mentir, é muito importante.
– Nossa, fala então.
– Hoje, depois do recreio, alguém passou lá na sala e deixou alguma coisa em cima da minha carteira antes de eu entrar?
– Ah, eu fui o primeiro a chegar e não vi nada, você sabe. Tinha passado um menino loiro na sala pra falar com a Dona Silvana, mas ele saiu logo, nem prestei atenção.

O coração de Ricardo bateu mais rápido:
– Como era ele, como? O nome, você sabe? O ano, qualquer coisa!
– Ah, eu já falei! Loiro, e estava com um moletom verde de uma banda de rock. Mas por que você tá me perguntando isso? Eu já te falei do menino, agora me fala o porquê disso tudo.
– É que eu recebi um bilhete de alguém, de ameaça mesmo. Valeu, amanhã eu procuro ele. Tchau.
– Ricardo, espera aí, rapidinho. A Marina sabe? Ela tá meio estranha com você ou é só comigo?
– A M-marina? Eu não conversei muito com ela hoje. Eu tenho que desligar logo, meu pai tá chamando. Tchau.
 Tá bom, então. Tchau.

Ricardo largou o telefone, sentou na cama e se apoiou no travesseiro. Um menino loiro rockeiro? Na escola, pelo menos, nunca o tinha visto. A não ser que fosse o Carlos, do oitavo ano B, que era loiro e escutava músicas do tipo. Não, ele babava pela Carol da sala dele. Hoje mesmo o tinha visto com um blusão vermelho, conversando com os amigos sobre videogame. Não podia descartar a opção de ser ele, mas não se preocupou muito. No dia seguinte iria procurar algum garoto loiro que curtia rock.

Ricardo se trocou, e desceu as escadas para almoçar, porque logo a sua mãe chegaria. No quarto dele, em cima do criado-mudo, o celular vibrou com o nome MARINA na tela, mas logo foi para a lista de chamadas perdidas. 

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