![]() |
Túmulo de Inês de Castro |
Túmulo do poeta
há de se ler as pedras.
os dedos na relva, sentindo o mármore - as capas
dos livros. sentir o assombro aberto em tempo.
a circunferência da memória - a árvore está, pois,
sempre na semente. ainda o ninho cujo segredo, minha
dívida,
é escutar a flor.
há de se ler as imagens
às pontas. nariz rente ao epitáfio,
quase chuva
escrita a lápide
na contingência das rosas
arredor adubo.
não se tem esperança
não se tem medo de nada
é livre
a mitra do sonho
os romances repletos de cálices. os cantos.
as magias.
há uma alça de rumor
clamando arranjo às medalhas - os palmos
alfabetizando as raias do olhar. a voz
se ocupa de artemísias, nos dentes.
as terras, a condição das peles. porto sem expectativas
na superfície o sol. adágio cretense
de mudas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças