domingo, 17 de novembro de 2013

CANTIGAS DE AMIGOS

Túmulo de Inês de Castro
Uma das boas coisas da Viagem Literária, além de falar para muita gente, é ouvir, e, dessa vez, em Jaboticabal, ouvi o Leonardo Chioda, o poeta. É de seu livro Tempestades, o poema abaixo.

Túmulo do poeta

há de se ler as pedras.
os dedos na relva, sentindo o mármore - as capas
dos livros. sentir o assombro aberto em tempo.
a circunferência da memória - a árvore está, pois,
sempre na semente. ainda o ninho cujo segredo, minha
dívida,
é escutar a flor.



há de se ler as imagens
às pontas. nariz rente ao epitáfio,
quase chuva
escrita a lápide
na contingência das rosas
arredor adubo.

não se tem esperança
não se tem medo de nada
é livre

a mitra do sonho
os romances repletos de cálices. os cantos.
as magias.

há uma alça de rumor
clamando arranjo às medalhas - os palmos
alfabetizando as raias do olhar. a voz
se ocupa de artemísias, nos dentes.
as terras, a condição das peles. porto sem expectativas
na superfície o sol. adágio cretense
de mudas.



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