Adelino Magalhães - um escritor esquecido
Depois de anos de busca, sem resultado, consigo finalmente ter acesso ao conjunto da obra de Adelino Magalhães. O doutorando em estudos literários, Sandro Baptista Sandanello, cujo trabalho tem como foco o Impressionismo, entrou em contato comigo, claro, por afinidades de minha literatura com seus estudos. Sabendo de meu antigo interesse pela obra de Adelino, do qual havia conseguido apenas um livro, mandou-me de presente "ADELINO MAGALHÃES - Obra completa", que agora apresento a vocês.

Consagrado na década de 1960, quando sua obra recebeu maior atenção do público e da crítica, Adelino Magalhães firmou-se como moderno ficcionista da cidade, capaz de captar saborosos flagrantes da linguagem e da vida social do carioca.
Os contos e casos de Adelino Magalhães, antecipador do modernismo, constituem o exemplo mais típico, no Brasil, do
impressionismo na ficção. Um conto como "Um prego! Mais outro prego!...," de Tumulto da vida (1920), como que antecipa a técnica narrativa de Faulkner em As I Lay Dying. Em
Inquietude (1922), A hora veloz (1926), Os momentos (1931), Os marcos da emoção (1933), Íris (1937), Plenitude (1939) -- seu livro mais autobiográfico -- e Quebra-luz (1946), sua modernidade acentua-se e consolida-se, formando um ágil painel de instantâneos psicológicos e sociais da cidade do Rio de Janeiro, onde Adelino Magalhães morreu em 16 de julho de 1969.
No livro ADELINO MAGALHÃES Obra Completa, editado em 1963 pela Companhia Aguilar Editora, existe um Roteiro para a "ilha" Adelino Magalhães, de Xavier Placer, em que este autor vasculha a vida do escritor, destacando os fatos mais importantes e que tenham relação com sua obra.
A seguir, vem um estudo com o título de Adelino Magalhães e a moderna literatura experimental, estudo em que a obra de AM é esmiuçada por Eugênio Gomes, para quem as experiências de técnicas narrativas de Adelino muitas vezes são anteriores aos grandes inovadores da literatura universal, como James Joyce, Virginia Woolf, William Faulkner, entre outros.
A seguir, vem um estudo com o título de Adelino Magalhães e a moderna literatura experimental, estudo em que a obra de AM é esmiuçada por Eugênio Gomes, para quem as experiências de técnicas narrativas de Adelino muitas vezes são anteriores aos grandes inovadores da literatura universal, como James Joyce, Virginia Woolf, William Faulkner, entre outros.
Não é possível imaginar como um autor desse quilate esteja esquecido pelos compêndios da história da literatura brasileira. Por que não foi canonizado? De acordo com Eugênio Gomes, foi ele, Adelino Magalhães, o introdutor da técnica do monólogo interior em nossa literatura.
Belo presente!!
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