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Roman Ingarden |
"Da heterogeneidade sincrónica e diacrónica da
competência literária dos leitores empíricos resulta que um texto literário,
permanecendo imutável como 'artefacto', pode ser concretizado em diversos
'objectos estéticos', embora a diversidade das concretizações de um texto
literário não dependa apenas da heterogeneidade dos seus receptores. O conceito
de concretização foi proposto por Roman Ingarden para designar o modo como um
leitor, através de múltiplos actos cognitivos, através de complexas operações
subjectivas e vivências, realiza a apreensão da obra literária. A
concretização, na perspectiva de Ingarden, tem como fundamentos ônticos os
actos cognitivos do leitor e as estruturas da obra literária, de modo que, por
um lado, a concretização não se dissolve numa tessitura de viências alheias às
objectividades ontologicamente heterónomas constituídas pelas estruturas
textuais e, por outra parte, a obra literária permanece 'essencialmente
distinta' de cada uma das suas plurímodas e sucessivas concretizações (se há
concretizações que desvelam e iluminam o ser da obra literária, ocorrem outras
que ocultam e obliteram esse mesmo ser).
(continua)
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