Mostrando postagens com marcador Roman Ingarden. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Roman Ingarden. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

QUESTÕES DE ESTÉTICA DA LITERATURA (129)

Roman Ingarden
Para conclusão do assunto leitor X texto, mais um parágrafo transcrito. Pág. 329:
"A 'liberdade semiótica' do leitor, se em parte está condicionada e configurada pela sua competência comunicativa, depende também em parte de certos predicados ontológicos e funcionais do próprio texto literário e, especialmente, daqueles caracteres do texto literário que Roman Ingarden designou como pontos de indeterminação (...) ou lacunas (...) e que constituem fenômenos resultantes quer da natureza da linguagem verbal, quer da inevitável selectividade da arte literária, quer de uma intenção estética.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

QUESTÕES DE ESTÉTICA DA LITERATURA (127)

Roman Ingarden
Neste ponto do que estamos vendo, a leitura, é útil que se transcreva um parágrafo das páginas 318/319 do  livro Teoria da Literatura do prof. Dr. Vítor Manuel de Aguiar e Silva.

"Da heterogeneidade sincrónica e diacrónica da competência literária dos leitores empíricos resulta que um texto literário, permanecendo imutável como 'artefacto', pode ser concretizado em diversos 'objectos estéticos', embora a diversidade das concretizações de um texto literário não dependa apenas da heterogeneidade dos seus receptores. O conceito de concretização foi proposto por Roman Ingarden para designar o modo como um leitor, através de múltiplos actos cognitivos, através de complexas operações subjectivas e vivências, realiza a apreensão da obra literária. A concretização, na perspectiva de Ingarden, tem como fundamentos ônticos os actos cognitivos do leitor e as estruturas da obra literária, de modo que, por um lado, a concretização não se dissolve numa tessitura de viências alheias às objectividades ontologicamente heterónomas constituídas pelas estruturas textuais e, por outra parte, a obra literária permanece 'essencialmente distinta' de cada uma das suas plurímodas e sucessivas concretizações (se há concretizações que desvelam e iluminam o ser da obra literária, ocorrem outras que ocultam e obliteram esse mesmo ser).
(continua)