
Veio daí o convite da Funap, entidade que trabalha pela
ressocialização dos detentos, e é evidente, minha imediata concordância, pois
me fascinou a ideia de conversar com um grupo alijado do convívio social. Neste
sentido, meus agradecimentos ao Sílvio Luís do Prado, gerente regional da
Funap.
Depois de uma introdução em que descrevi a gênese do
romance, imagens, situações, personagens, motivações, e isso por mais de uma
hora, foi aberto o momento para o pinguepongue.
Que enchente me carrega?, é preciso que se diga, não é um
romance de fácil leitura, em virtude das técnicas narrativas empregadas, com
predomínio do fluxo de consciência e sua alinearidade. Pois bem, fiquei
impressionado com o nível das perguntas e dos comentários que ouvi.
Me encantou a paródia que eles criaram e apresentaram na
ocasião, cantando acompanhados de um violão e uma flauta transversa. *
Que alegria saber que existem detentos que tem essa oportunidade. Que emoção. Parabéns a você Menalton, parabéns a esses detentos. Isso com certeza faz a nossa vida melhor!
ResponderExcluirVerdade, Maria Aparecida. O que vi me reforçou a esperança quase perdida na viabilidade do ser humano.
ResponderExcluirQuando sonhei o Clube da Leitura nesta Unidade, sabia que seria um sucesso, mas não tinha noção do impacto imediato que causaria na vida de todos nós. Mais do que ler, o projeto tem nos mostrado que viver é preciso. O contato com novas ideias, diferentes estilos e a possibilidade de contribuir e aprender com o próximo, tem nos impulsionado a acreditar nos sonhos. Somos todos seres humanos com capacidade cognitiva e intelectual, sendo assim capazes de entender a história e assumirmos a responsabilidade de mudá-la...a começar em nós.
ResponderExcluirA leitura coloca-nos em contato com o mundo, tira-nos da mesmice e faz-nos refletir, além de ampliar horizontes.
Os membros do Clube tem apresentado motivação na participação fazendo paralelos do texto estudado com a atualidade vista na mídia (Televisão e rádio) e vivência pessoal, enriquecendo assim as discussões. Bem como, por iniciativa própria, buscado outros meios para fixar o assunto, tais como músicas e vídeos.
A assiduidade e pontualidade dos membros nos encontros permite-nos acreditar no sucesso do projeto.
Dias antes de sua visita, Menalton, disse aos reeducandos que quando criança ia para a mesa fazer as refeições motivada pela sobremesa...aquela pequena porção me fascinava, fazia com que eu comesse até o que não gostava, a fim de receber minha recompensa. Comparo o Clube da Leitura ao prato principal, por vezes será delicioso e devoraremos o livro, por vezes não nos agradará tanto...e naquela ocasião teríamos uma sobremesa especial...um momento que adoçaria a nossa vida e faria valer a pena cada letra degustada: A VISITA DO ESCRITOR. Disparamos então a contagem regressiva...tanta ansiedade, tempestade de perguntas a fazer... Infelizmente no dia tive problemas mecânicos com o carro e fiquei impossibilitada de deslocar-me a Unidade, porém quando retornei, pude saborear com os compartilhamentos dos reeducandos, e pensei: "Olha a nossa sobremesa... o encontro foi um bolo de chocolate, cada um ganhou um pedaço e todos aqui guardaram um tiquinho pra mim..." Ao ouvir os depoimentos, chorei de emoção...Felicidade não cabe em palavras, felicidade não cabe no coração...transborda e contagia! Muito obrigada pela diferença que fez entre nós! Abraço da nova amiga, Val.