sábado, 27 de fevereiro de 2016

UM MUNDO DE PALAVRAS


* Artigo publicado na revista Sala de Leitura".

Um mundo de palavras

O homem, quando ainda não se distinguia da natureza, contentava-se com muito poucas palavras. Sua vida era guiada por instintos e ele estava geneticamente programado como qualquer passarinho, que não precisa aprender a bater asas ou abrir o bico para receber sua ração. Na medida, entretanto, que cresciam suas necessidades, tornou-se também necessária a comunicação para a coordenação de ações solidárias. O mundo, então, começa a encher-se de palavras.

Hoje sabemos que só é possível o pensamento com a colaboração das palavras. É com elas que damos nomes às coisas, designamos as suas qualidades, indicamos suas ações e o modo como são praticadas. Na complexificação do pensamento, cresceram as sentenças e surgiu a necessidade de partículas que articulassem entre si os pensamentos. ra, é fácil entender que quanto melhor uso se fizer da linguagem, quanto maior for o repertório lexical, maior e melhor será a compreensão do mundo.

Durante milhares de anos, toda descoberta, toda invenção do ser humano tinha uma vida limitada, pois desaparecia com a morte de quem as concebia. A transmissão oral tinha vida muito curta.

É com a invenção da escrita que se dá o início da civilização.

Não se pode supor ao menos que um povo tenha alto grau de civilização sem um grau elevado dos índices de leitura.


Em geral, o gosto pela leitura, ou, pelo menos, seu hábito, inicia-se em casa. O homem aprende por imitação. Pais que leem, podem, provavelmente, transmitir tal gosto a seus filhos. Quando isso não acontece, quando em casa a criança não encontra exemplos de leitores, compete à escola desenvolver esse hábito, e mais, incentivar esse gosto.

O leitor desenvolve uma percepção mais rápida do mundo, uma sensibilidade maior para o trato com seus semelhantes, agiliza o raciocínio, amplia a compreensão da vida. Estar fora do universo de Gutemberg, nos dias atuais, é pedir atestado de atraso, é remar contra a civilização, é pedir o retorno para o escuro mundo das florestas e a indistinção com a natureza.

As palavras, sobretudo as escritas, são pássaros que voam ao nosso redor. Se as conhecemos, e mais, se as estimamos, são pássaros de bela plumagem cujo gorjeio vai encher-nos de alegria.

Vamos ler?!

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