A Primavera Editorial lançará este mês, em São Paulo (dia
26) e Ribeirão Preto (dia28), O PESO DA GRAVATA, de Menalton Braff. O livro
reúne contos que transitam por diversas áreas da literatura, levando o leitor a
universos distintos a partir de variados pontos de vista.
Ao longo de quase quatro décadas de carreira, Braff lançou
outros 22 livros entre romances, coletâneas de contos, histórias infantis e
novelas infantojuvenis. Venceu ou disputou como finalista alguns importantes
prêmios de literatura, mas foi com outra coletânea de contos, ‘À sombra do
cipreste’, que ele conquistou sua premiação máxima: Livro do ano no Jabuti
2.000.
Blog do Menalton
(BM): Fazia tempo, que você não publicava contos. Depois do livro premiado,
veio apenas ‘A Coleira no pescoço’. Alguma razão para isso?
Blog: Como nasceu
O PESO DA GRAVATA? Os contos foram feitos especialmente para o livro ou ocorreu
um processo de garimpagem, semelhante ao do premiado 'À sombra do cipreste'?
MB: São muito
raros os casos em que um autor escreve conto para um livro. No geral, e
pertenço a esse caso, os contos nascem das circunstâncias, nascem das
motivações de qualquer arte. Portanto, não há entre eles alguma coesão
temática. Talvez estrutural em virtude do tempo e das circunstâncias em que o
autor esteja mergulhado.
Blog: Em sua
opinião, qual o traço comum a todos os contos desse livro?
MB: O livro pode
ser dividido em duas partes: na primeira, predominam os contos com incursões
pelo fantástico e pelo absurdo; na segunda, eles mantêm certo realismo/lirismo.
Todos eles, entretanto, buscam uma linguagem que os aproxime da poesia.
Blog: O que O
PESO DA GRAVATA traz de novo em relação aos seus outros livros de contos?
MB: Me parece que
a novidade é essa incursão pelo fantástico e pelo absurdo. No mais, acho que
mantêm alguma coisa de minha visão de mundo e da humanidade.
MB: Me senti bem
mais realizado. Eram áreas da literatura que eu olhava nos outros, agora sei
que posso transitar por elas.
Blog: E essa
experiência acaba por aqui, na constatação de que é possível transitar por
novas áreas, ou você sente que o fantástico e o absurdo já se incorporaram no
seu repertório?
MB: Não sei. A
coisa precisa chegar meio pronta. Se pintar algo no gênero, não fujo mais como
fugia. Agora sei que posso entrar, que os fantasmas não me assustam mais.
Blog: Você é
contista, romancista, escreve para adultos, crianças e adolescentes. O que muda
quando você assume cada um desses papéis? O Menalton contista é diferente do
Menalton romancista?
Existe algo em comum em todos esses Menaltons?
MB: Bem a
diferença é grande e não conseguiria dizer tudo neste espaço. O Menalton
intantojuvenil guarda certos princípios de linguagem e de ética, pois tem como
destinatários seres em formação. Entre romance e conto as diferenças são mais
no campo da estética. A linguagem do conto é mais densa, puxa mais para a
poesia. Costuma-se dizer que no conto nada pode sobrar e no romance nada pode
faltar. No conto não pode haver ornamento gratuito. Tudo tem de ter função,
logo a linguagem deve também ser mais rigorosa do que no romance. No conto
deve-se evitar o panorama e privilegiar a cena. O romance tem de viver dos dois
em equilíbrio. O conto nasce pronto, de um jato, o romance é um convívio
prolongado, às vezes de anos.
Blog: Quando você
senta para iniciar um trabalho, você já tem em mente se será um conto ou um
romance?
Blog: Como você
escolhe seus temas?
MB: Não escolho
os temas. Sem demagogia - os temas é que se escolhem. Costumo dizer que escrevo
sobre o que me encanta e sobre o que me espanta. E tudo isso está aí ao nosso
redor. Basta abrir os olhos.
Blog: O PESO DA
GRAVATA é seu 23º livro. Você vê uma grande diferença de maturidade entre ele e
os primeiros?
MB: Ah, não, na
verdade me sinto o mesmo. Não tenho competência para essa avaliação.
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