sábado, 3 de junho de 2017

MOTIVOS

Nesta coluna, Menalton Braff  revela as razões que o levaram a escrever cada um de seus livros. O título comentado hoje é "Antes da meia-noite".


Foi nos tempos em que militava no magistério. Em certa escola, tinha um casal de alunos em salas diferentes. A irmã era assídua e interessada; o irmão costumava faltar. Houve uma semana em que o garoto não me apareceu à aula em dois dias seguidos, , curioso, consultei a irmã sobre o que estava acontecendo com seu irmão.
A menina me contou a história. Seu irmão era viciado no icq. O icq é o avô de programas hoje muito populares como MSM e outros de comunicação em tempo real. Contou-me ela que, de hábito, ficava até muito tarde da noite em bate-papos com amigos. Mas houve
ocasiões em que chegou da escola e foi direto para o computador. Na hora do jantar, pediu que a mãe lhe mandasse um sanduíche. Mais tarde pediu à irmã que lhe alcançasse um copo de água, porque ele não conseguia sair da frente do icq. De manhã, seu desjejum foi feito ainda no quarto porque o papo não tinha fim. Um pouco antes do almoço, praticamente desmaiou na cama e não houve jeito de acordá-lo para ir à escola.
No resumo da história, o garoto (um menino muito inteligente) acabou repetindo de ano. A história me impressionou, mas acabou esquecida. Tempos mais tarde me lembrei do caso e achei que precisava dizer alguma coisa aos adolescentes sobre o assunto, mas transformando aquela história em literatura. E foi assim que nasceu Antes da meia-noite.

A Ática aprovou meu texto, que até os dias atuais continua sendo muito adotado em escolas de Ensino Básico e Médio. 

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