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segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

CRÔNICA

Esta coluna reúne crônicas de Menalton Braff publicadas originalmente em seu site ou em revistas.

Muito riso e pouco siso

O inferno é infinitamente mais interessante do que o purgatório e o céu. No inferno nos identificamos, lá se encontram nossos vícios, os vícios humanos.

Pessoa de minha total confiança foi quem me contou. Uma dessas loiras contratadas por canais de televisão para divertir e instruir o povo brasileiro foi pega cometendo o que mais elas cometem: uma gafe dantesca. São esses os momentos em que mais sentimos a falta do Stanislaw Ponte Preta. Sentimos nós, os que tiveram a ventura de viver numa época em que ele vivia. E escrevia. Seu Festival de Besteiras que Assolam o País, além de fazer as delícias de uma geração inteira, era uma válvula na panela de pressão, que foi a ditadura de 1964, mas não eram besteiras apenas de políticos. Uma de suas frases mais célebres ─ “Televisão é máquina de fazer doido” ─ comprova a abrangência de seu olhar arguto e caberia muito bem neste caso relatado por meu amigo.

A dita loira, interrogada por alguém sobre A divina comédia, de Dante (mas isso também já é crueldade), não teve dúvida e lascou, com a maior cara-de-pau, que tinha rido do início ao fim do livro.  Pobres meninas, obrigadas que são, no fogaréu de programas ao vivo, a fingir o que não são porque não podem decepcionar seu público sempre ávido por heroínas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MUITO RISO E POUCO SISO - MENALTON NA CARTA CAPITAL

Acesse a publicação original

Sociedade - Crônica do Menalton

Muito riso e pouco siso

O inferno é infinitamente mais interessante do que o purgatório e o céu. No inferno nos identificamos, lá se encontram nossos vícios, os vícios humanos
Pessoa de minha total confiança foi quem me contou. Uma dessas loiras contratadas por canais de televisão para divertir e instruir o povo brasileiro foi pega cometendo o que mais elas cometem: uma gafe dantesca. São esses os momentos em que mais sentimos a falta do Stanislaw Ponte Preta. Sentimos nós, os que tiveram a ventura de viver numa época em que ele vivia. E escrevia. Seu Festival de Besteiras que Assolam o País, além de fazer as delícias de uma geração inteira, era uma válvula na panela de pressão, que foi a ditadura de 1964, mas não eram besteiras apenas de políticos. Uma de suas frases mais célebres ─ “Televisão é máquina de fazer doido” ─ comprova a abrangência de seu olhar arguto e caberia muito bem neste caso relatado por meu amigo.

A dita loira, interrogada por alguém sobre A divina comédia, de Dante (mas isso também já é crueldade), não teve dúvida e lascou, com a maior cara-de-pau, que tinha rido do início ao fim do livro.  Pobres meninas, obrigadas que são, no fogaréu de programas ao vivo, a fingir o que não são porque não podem decepcionar seu público sempre ávido por heroínas.