
Palomino é mais um dos textos produzidos por indução de uma ideia geral: fazer literatura infanto-juvenil com histórias de bichos.
De onde me veio a ideia de escrever sobre pombo-correio? Difícil encontrar em estado de pureza o motivo. Mas me lembro de que, criança ainda, pouco mais de cinco anos de idade, em uma viagem que fizemos de Porto Alegre a Rio Grande pelo vapor Geny Naval, um cargueiro que transportava gente também, lá pelas tantas, só água para todos os lados, um marinheiro retirou um pombo de uma gaiola, fixou em sua perna um papelzinho azul e o jogou para cima. O pombo subiu, subiu, até sumir.
Era a primeira vez que via um pombo-correio. O próprio marinheiro explicou para o grupo de curiosos que se formou em torno dele o funcionamento daquilo. O pombo sobe, ele explicou, até encontrar a direção correta, então segue em linha reta até sua casa, onde seu tratador recebe a mensagem.
Fiquei impressionado com o pombo. Ao procurar algum animal interessante sobre o qual escrever, aquela cena no Geny Naval meio veio à consciência com facilidade. A história veio misturada com uma variedade muito grande de outras histórias reais sobre as quais já tinha lido. Por exemplo, o pombo que atravessou as linhas dos inimigos, entregou sua mensagem e com isso salvou a vida de centenas de soldados.