Sonhos, fantasias e realidade
(Gazi Abon Ali)
O amor, na visão deste poeta, é a semente plantada com carinho, cultivada longamente, que se fortalece com o decurso do tempo; ou, é a consequência de uma paixão forte, vigorosa, que uma vez arrefecido o ímpeto inicial, entra em fase
de calmaria, perde a característica de paixão e cede lugar ao amor verdadeiro, profundo e duradouro.
Justifica-se, portanto, a pouca proliferação do verdadeiro amor, atualmente, a partir de duas constatações:
- as paixões voluptuosas raramente se transformam em amor verdadeiro, têm duração efêmera; nas paixões, as pessoas não se conhecem a fundo, e via de regra, há a decepção quando se desnudam um ao outro;
- as maiores perspectivas para nascimento do amor estão no primeiro caso, mas as pessoas, nos dias de hoje, ou não têm tempo ou não têm paciência para cultivar o amor, cultuar a pessoa amada. A sociedade de consumo, os meios de comunicação massificaram os costumes; as mentes e os “corações” pregando imediatismo e comodidade exagerados, horizontalizando as atitudes, erradicando toda a criatividade contida no cultivo do amor. O tempo, principalmente nas grandes cidades, é consumido por uma infinidade de afazeres, que cansam as pessoas e as dissuadem de prosseguirem em algum projeto amoroso.
Esta coletânea é fruto de amores prolongados e cultuados, e paixões abruptas, voluptuosas; de entremeio, a realidade da vida e os dissabores do cotidiano, que acrescidos aos dissabores sentimentais, provocam a imaginação, na busca de soluções ou novos sonhos que arrefeçam os males da vida, a amargura das paixões desenfreadas, desfeitas tão repentinamente quanto surgiram, e a
ansiedade pelo amor não germinado ou não frutificado...
Sonho, fantasia e realidade
Um dia, dediquei a você o mais longo dos sonhos que já fiz,
utilizei-me de toda a imaginação que me fosse possível,
para recriar, visualizar e ver florescer nossa vida...