
(Eltânia André*)
Maura!
Maura! Maura!
Senti a minha boca se abrindo para aquele nome. A voz apelando, ora disfônica, ora ritmada - conduzida pela potência do som do tambor das mais remotas eras de comemorações e rituais. Um ardido deslizou pelas vértebras, como naquele dia da queda do CAP 4, prefixo PP-RXX, ou quando ela jogou a máquina de escrever pela janela da redação do jornal.Maura! Maura!
Maura!
Maura!
Maura; você viu a Maura? Perguntei para um-alguém que sem responder, permanecia rígido e imóvel. Em qual profundidade escondera seus afetos? Era necessária uma árdua escavação na alma esgotada. Lembrei-me da cisterna da casa da Carmelita, que abastecia a vizinhança. Havia água, mas era preciso cavar. Baldes e baldes se entranhavam pela sua bocarra escura e fria. Por mais que olhássemos dentro, não se via o fundo. O poço ficava num cômodo, escondido dentro da casa. Tinha medo daquele cubículo entre a horta e o banheiro improvisado, entretanto permanecia tentando alcançar o brotar da água.
Maura; você viu a Maura? Perguntei para um-alguém que sem responder, permanecia rígido e imóvel. Em qual profundidade escondera seus afetos? Era necessária uma árdua escavação na alma esgotada. Lembrei-me da cisterna da casa da Carmelita, que abastecia a vizinhança. Havia água, mas era preciso cavar. Baldes e baldes se entranhavam pela sua bocarra escura e fria. Por mais que olhássemos dentro, não se via o fundo. O poço ficava num cômodo, escondido dentro da casa. Tinha medo daquele cubículo entre a horta e o banheiro improvisado, entretanto permanecia tentando alcançar o brotar da água.