
Menalton tomou esta decisão porque, em sua opinião, "a análise que Machado faz da literatura de seu tempo e os conceitos que emite são de enorme validade para os dias que correm - um texto que candidato algum à carreira literária pode desconhecer."
Dividimos o texto em fragmentos curtos, que podem ser lidos em qualquer intervalo de tempo. E quem perdeu os três primeiros pode recuperá-los a seguir:
INSTINTO DE NACIONALIDADE 4
(Machado de Assis)
Entrou a prevalecer a opinião de que não estava toda a poesia nos costumes semibárbaros
anteriores à nossa civilização, o que era verdade, — e não tardou o conceito de que nada tinha
a poesia com a existência da raça extinta, tão diferente da raça triunfante, — o que parece um
erro. É certo que a civilização brasileira não está ligada ao elemento indiano, nem dele recebeu
influxo algum; e isto basta para não ir buscar entre as tribos vencidas os títulos da nossa
personalidade literária. Mas se isto é verdade, não é menos certo que tudo é matéria de
poesia, uma vez que traga as condições do belo ou os elementos de que ele se compõe. Os
que, como o Sr. Varnhagen, negam tudo aos primeiros povos deste país, esses podem
logicamente excluí-los da poesia contemporânea. Parece-me, entretanto, que, depois das
memórias que a este respeito escreveram os Srs. Magalhães e Gonçalves Dias, não é lícito
arredar o elemento indiano da nossa aplicação intelectual.
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