Estamos publicando aqui no blog, em fragmentos semanais, o texto "O Instinto de Nacionalidade – Notícia da atual literatura brasileira", de Machado de Assis.
Menalton tomou esta decisão porque, em sua opinião, "a análise que Machado faz da literatura de seu tempo e os conceitos que emite são de enorme validade para os dias que correm - um texto que candidato algum à carreira literária pode desconhecer."
Dividimos o texto em fragmentos curtos, que podem ser lidos em qualquer intervalo de tempo. E quem perdeu os dois primeiros pode recuperá-los a seguir:
As mesmas obras de Basílio da Gama e Durão quiseram antes ostentar certa cor local do que tornar independente a literatura brasileira, literatura que não existe ainda, que mal poderá ir alvorecendo agora. Reconhecido o instinto de nacionalidade que se manifesta nas obras destes últimos tempos, conviria examinar se possuímos todas as condições e motivos históricos de uma nacionalidade literária; esta investigação (ponto de divergência entre literatos), além de superior às minhas forças, daria em resultado levar-me longe dos limites deste escrito. Meu principal objeto é atestar o fato atual; ora, o fato é o instinto de que falei, o geral desejo de criar uma literatura mais independente. A aparição de Gonçalves Dias chamou a atenção das musas brasileiras para a história e os costumes indianos. Os Timbiras, I-Juca Pirama, Tabira e outros poemas do egrégio poeta acenderam as imaginações; a vida das tribos, vencidas há muito pela civilização, foi estudada nas memórias que nos deixaram os cronistas, e interrogadas dos poetas, tirando-lhes todos alguma coisa, qual um idílio, qual um canto épico. Houve depois uma espécie de reação.
Menalton tomou esta decisão porque, em sua opinião, "a análise que Machado faz da literatura de seu tempo e os conceitos que emite são de enorme validade para os dias que correm - um texto que candidato algum à carreira literária pode desconhecer."
Dividimos o texto em fragmentos curtos, que podem ser lidos em qualquer intervalo de tempo. E quem perdeu os dois primeiros pode recuperá-los a seguir:
INSTINTO DE NACIONALIDADE 3
(Machado de Assis)As mesmas obras de Basílio da Gama e Durão quiseram antes ostentar certa cor local do que tornar independente a literatura brasileira, literatura que não existe ainda, que mal poderá ir alvorecendo agora. Reconhecido o instinto de nacionalidade que se manifesta nas obras destes últimos tempos, conviria examinar se possuímos todas as condições e motivos históricos de uma nacionalidade literária; esta investigação (ponto de divergência entre literatos), além de superior às minhas forças, daria em resultado levar-me longe dos limites deste escrito. Meu principal objeto é atestar o fato atual; ora, o fato é o instinto de que falei, o geral desejo de criar uma literatura mais independente. A aparição de Gonçalves Dias chamou a atenção das musas brasileiras para a história e os costumes indianos. Os Timbiras, I-Juca Pirama, Tabira e outros poemas do egrégio poeta acenderam as imaginações; a vida das tribos, vencidas há muito pela civilização, foi estudada nas memórias que nos deixaram os cronistas, e interrogadas dos poetas, tirando-lhes todos alguma coisa, qual um idílio, qual um canto épico. Houve depois uma espécie de reação.
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