NA MARTINS FONTES DA PAULISTA
Vejam, a seguir, ou clicando no link abaixo, a entrevista que foi publicada pelo blog da livraria:
Entrevista com o premiado escritor Menalton Braff
Nesta quinta-feira (1 de março), vamos receber na livraria da Paulista o premiado autor Menalton Braff que estará autografando seu novo livro “Tapete do Silêncio” (Global). Menalton ganhou destaque de crítica e público após a publicação da coletânea de contos “À Sombra do Cipreste”, que lhe rendeu o prêmio Jabuti em 2009 na categoria “Livro do Ano – Ficção”
A obra tem como cenário a bucólica cidade de Pouso do Sossego, onde Menalton desenvolve sua narrativa em dois planos distintos: o primeiro tem a duração de uma noite e é contado em primeira pessoa por Osório, um comerciante local, cujo olhar conduz o leitor ao longo de uma trágica noite que parece ser interminável; no segundo plano, batizado de “Coro”, a narrativa é desenvolvida em terceira pessoa por meio de flashbacks retomando acontecimentos do passado. Com o desenvolvimento dos dois planos temporais, vão-se revelando os meandros dos poderes econômico, político e mesmo moral que fluem de maneira subterrânea pela cidade.
Aproveitamos a deixa para bater um papo com Menalton Braff sobre sua vida e obra:
Martins Fontes Paulista – Conte-nos como foi sua trajetória até se tornar um escritor e onde surgiu essa paixão pela literatura?
Menalton Braff - Muito cedo, com pouco mais de cinco anos de idade, aprendi a ler e a primeira obra que me caiu nas mãos foi um livro da Edições Marvilhosas, década de 1940. Me apaixonei por aquela história vazada em forma de HQ. Era O Guarani, de José de Alencar. Daí em diante, queria saber tudo do autor, de seus livros, que ainda não conseguia ler, de outros autores, como o Monteiro Lobato. Comecei fazendo poesia (havia em casa um velho volume, Manuel de Versificação, do Olavo Bilac em parceria com outro autor de que não me lembro o nome). Antes dos dez anos já metrificava, rimava, procurava rimas ricas, essas coisas todas que naquele tempo me pareciam importantes. Mas na poesia tinha de me conter e acabei me encaminhando para a prosa. Foram muitos cadernos com histórias tolas e nem poderia ter sido diferente. Só quando conheci no colégio os autores da Geração de 30, e sobretudo o Erico Verissimo, foi que percebi o caminho que deveria seguir. E nele estou até hoje.
MFP – A história de “Tapete do Silêncio” é baseada em fatos reais?
Menalton - Bem, na verdade toda obra de ficção é baseada em fatos reais. O exercício do poder, os subterrâneos por onde ele passa, os crimes cometidos em nome de uma falsa moral, tudo isso faz parte dos fatos reais. A organização dos fatos, sua estruturação, o plano da expressão, isso sim, é invenção. Os fatos reais estão aí, basta olhar para vê-los. Mas não estão organizados, articulados entre si como vão aparecer num romance.
MFP – Sua produção literária é invejável, qual é o segredo para que um autor nunca pare de produzir?
Menalton - Em primeiro lugar é preciso ter vontade de trabalhar e estar com as antenas ligadas vinte e quatro horas por dia. Tudo que acontece à nossa volta pode virar matéria de literatura. Porque a literatura não está nos fatos, ela é linguagem. Mas também é necessário ter disponibilidade de tempo e de mente para o trabalho de construção dos textos. Geralmente quando termino um romance, tenho anotações para contos, para outro romance. Descanso um mês, dois, e começa a me dar a comichão das palavras. Então está na hora de voltar ao trabalho. E sou lento na produção. Escrevo muito pouco por dia, porque faço, refaço, corto, acrescento, fico “brincando” com um texto durante muito tempo.
MFP – Qual foi o livro mais importante que leu em sua vida?
Menalton – Para a minha vida, como cidadão, o livro que me fixou desde muito cedo alguns valores, foi o “Olhai os lírios do Campo”, de Erico Verissimo. Mas como autor, nenhum foi tão importante quanto “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust. É uma obra que apaixona, principalmente por causa de sua linguagem.
MFP – Quais são os autores brasileiros absolutamente indispensáveis para qualquer leitor voraz?
Menalton – Um leitor de cultura literária média não pode deixar de ler Machado de Assis, José de Alencar, Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector.
MFP – Se pudesse destacar um grande nome da nova geração de escritores brasileiros, quem seria?
Menalton - Na literatura brasileira contemporânea é difícil destacar um nome, pois existe um certo equilíbrio entre os melhores. Mas pra satisfazer sua curiosidade, arrisco citar o nome do Milton Hatoum. É moderno sem ser modernoso e faz uma literatura séria, bem trabalhada.
Lançamento do livro “Tapete do Silêncio” de Menalton braff
Data: 1/3 – quinta-feira
Local: Av. Paulista, 509 – Tel.: 2167-9900
Horário: das 18h30 às 21h30
Vejam, a seguir, ou clicando no link abaixo, a entrevista que foi publicada pelo blog da livraria:
Entrevista com o premiado escritor Menalton Braff
Nesta quinta-feira (1 de março), vamos receber na livraria da Paulista o premiado autor Menalton Braff que estará autografando seu novo livro “Tapete do Silêncio” (Global). Menalton ganhou destaque de crítica e público após a publicação da coletânea de contos “À Sombra do Cipreste”, que lhe rendeu o prêmio Jabuti em 2009 na categoria “Livro do Ano – Ficção”
A obra tem como cenário a bucólica cidade de Pouso do Sossego, onde Menalton desenvolve sua narrativa em dois planos distintos: o primeiro tem a duração de uma noite e é contado em primeira pessoa por Osório, um comerciante local, cujo olhar conduz o leitor ao longo de uma trágica noite que parece ser interminável; no segundo plano, batizado de “Coro”, a narrativa é desenvolvida em terceira pessoa por meio de flashbacks retomando acontecimentos do passado. Com o desenvolvimento dos dois planos temporais, vão-se revelando os meandros dos poderes econômico, político e mesmo moral que fluem de maneira subterrânea pela cidade.
Aproveitamos a deixa para bater um papo com Menalton Braff sobre sua vida e obra:
Martins Fontes Paulista – Conte-nos como foi sua trajetória até se tornar um escritor e onde surgiu essa paixão pela literatura?
Menalton Braff - Muito cedo, com pouco mais de cinco anos de idade, aprendi a ler e a primeira obra que me caiu nas mãos foi um livro da Edições Marvilhosas, década de 1940. Me apaixonei por aquela história vazada em forma de HQ. Era O Guarani, de José de Alencar. Daí em diante, queria saber tudo do autor, de seus livros, que ainda não conseguia ler, de outros autores, como o Monteiro Lobato. Comecei fazendo poesia (havia em casa um velho volume, Manuel de Versificação, do Olavo Bilac em parceria com outro autor de que não me lembro o nome). Antes dos dez anos já metrificava, rimava, procurava rimas ricas, essas coisas todas que naquele tempo me pareciam importantes. Mas na poesia tinha de me conter e acabei me encaminhando para a prosa. Foram muitos cadernos com histórias tolas e nem poderia ter sido diferente. Só quando conheci no colégio os autores da Geração de 30, e sobretudo o Erico Verissimo, foi que percebi o caminho que deveria seguir. E nele estou até hoje.
MFP – A história de “Tapete do Silêncio” é baseada em fatos reais?
Menalton - Bem, na verdade toda obra de ficção é baseada em fatos reais. O exercício do poder, os subterrâneos por onde ele passa, os crimes cometidos em nome de uma falsa moral, tudo isso faz parte dos fatos reais. A organização dos fatos, sua estruturação, o plano da expressão, isso sim, é invenção. Os fatos reais estão aí, basta olhar para vê-los. Mas não estão organizados, articulados entre si como vão aparecer num romance.
MFP – Sua produção literária é invejável, qual é o segredo para que um autor nunca pare de produzir?
Menalton - Em primeiro lugar é preciso ter vontade de trabalhar e estar com as antenas ligadas vinte e quatro horas por dia. Tudo que acontece à nossa volta pode virar matéria de literatura. Porque a literatura não está nos fatos, ela é linguagem. Mas também é necessário ter disponibilidade de tempo e de mente para o trabalho de construção dos textos. Geralmente quando termino um romance, tenho anotações para contos, para outro romance. Descanso um mês, dois, e começa a me dar a comichão das palavras. Então está na hora de voltar ao trabalho. E sou lento na produção. Escrevo muito pouco por dia, porque faço, refaço, corto, acrescento, fico “brincando” com um texto durante muito tempo.
MFP – Qual foi o livro mais importante que leu em sua vida?
Menalton – Para a minha vida, como cidadão, o livro que me fixou desde muito cedo alguns valores, foi o “Olhai os lírios do Campo”, de Erico Verissimo. Mas como autor, nenhum foi tão importante quanto “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust. É uma obra que apaixona, principalmente por causa de sua linguagem.
MFP – Quais são os autores brasileiros absolutamente indispensáveis para qualquer leitor voraz?
Menalton – Um leitor de cultura literária média não pode deixar de ler Machado de Assis, José de Alencar, Mário de Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector.
MFP – Se pudesse destacar um grande nome da nova geração de escritores brasileiros, quem seria?
Menalton - Na literatura brasileira contemporânea é difícil destacar um nome, pois existe um certo equilíbrio entre os melhores. Mas pra satisfazer sua curiosidade, arrisco citar o nome do Milton Hatoum. É moderno sem ser modernoso e faz uma literatura séria, bem trabalhada.
Lançamento do livro “Tapete do Silêncio” de Menalton braff
Data: 1/3 – quinta-feira
Local: Av. Paulista, 509 – Tel.: 2167-9900
Horário: das 18h30 às 21h30
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