REFLEXÕES DO FUGITIVO SOBRE A INVENÇÃO DE MOREL
Sozinho na ilha e de poder das máquinas de Morel, o fugitivo tece reflexões sobre a vida (real e virtual).
Pág. 96 - "Um homem solitário não pode fazer máquinas nem fixar visões, a não ser sob a forma truncada de escrevê-las ou desenhá-las para outros mais afortunados."
"Hoje, não pude descer ao porão; passei a tarde juntando alimentos."
(...)
"Não farei maiores menções aos perigos que espreitam esta ilha, a terra e os homens, esquecendo as profecias de Malthus; quanto ao mar, cumpre dizer:
Pág. 97 - "... em cada uma das grandes marés, temi o naufrágio total da ilha..."
(...)
"Em tudo isto é preciso ver o triunfo do meu velho axioma: Não se deve procurar conservar vivo todo o corpo.
Razões lógicas nos autorizam a rejeitar as esperanças de Morel. As imagens não vivem. Não obstante, parece-me que, tendo este aparelho, convém inventar outro, que permita averiguar se as imagens sentem e pensam (ou, pelo menos, se têm os pensamentos e as sensações que passaram pelos originais drante a exposição..."
Pág. 98 - "... a qualquer distância de Faustine, poderemos captar os seus pensamentos e as suas sensações, visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas.
E, algum dia, haverá aparelho ainda mais completo. Tudo o que for pensado e sentido na vida - ou nos momentos de exposição - será como um alfabeto...(...) A vida será, pois, um depósito da morte. Mas nem então a imagem estará viva;..."
"O fato de não podermos compreender nada fora do tempo e do espaço. talvez sugira que a nossa vida não seja apreciavelmente diferente da sobrevivência a ser obtida com esse aparelho."
Pág. 99 - "... admitindo que Morel esteja apaaixonado por Faustine, como é possível afirmar que Faustine esteja apaixonada?
Quando queremos desdconfiar, a ocasião nunca falta."
"Graças ao meu propósito de cumprir com o ostinato rigore da divisa, a vigilância alcançou uma amplidão que me honra; não levei em conta a comodidade ou o decoro: o controle foi tão severo debaixo das mesas quanto à altura em que habitualmente se movem os olhares."
Sozinho na ilha e de poder das máquinas de Morel, o fugitivo tece reflexões sobre a vida (real e virtual).
Pág. 96 - "Um homem solitário não pode fazer máquinas nem fixar visões, a não ser sob a forma truncada de escrevê-las ou desenhá-las para outros mais afortunados."
"Hoje, não pude descer ao porão; passei a tarde juntando alimentos."
(...)
"Não farei maiores menções aos perigos que espreitam esta ilha, a terra e os homens, esquecendo as profecias de Malthus; quanto ao mar, cumpre dizer:
Pág. 97 - "... em cada uma das grandes marés, temi o naufrágio total da ilha..."
(...)
"Em tudo isto é preciso ver o triunfo do meu velho axioma: Não se deve procurar conservar vivo todo o corpo.
Razões lógicas nos autorizam a rejeitar as esperanças de Morel. As imagens não vivem. Não obstante, parece-me que, tendo este aparelho, convém inventar outro, que permita averiguar se as imagens sentem e pensam (ou, pelo menos, se têm os pensamentos e as sensações que passaram pelos originais drante a exposição..."
Pág. 98 - "... a qualquer distância de Faustine, poderemos captar os seus pensamentos e as suas sensações, visuais, auditivas, táteis, olfativas e gustativas.
E, algum dia, haverá aparelho ainda mais completo. Tudo o que for pensado e sentido na vida - ou nos momentos de exposição - será como um alfabeto...(...) A vida será, pois, um depósito da morte. Mas nem então a imagem estará viva;..."
"O fato de não podermos compreender nada fora do tempo e do espaço. talvez sugira que a nossa vida não seja apreciavelmente diferente da sobrevivência a ser obtida com esse aparelho."
Pág. 99 - "... admitindo que Morel esteja apaaixonado por Faustine, como é possível afirmar que Faustine esteja apaixonada?
Quando queremos desdconfiar, a ocasião nunca falta."
"Graças ao meu propósito de cumprir com o ostinato rigore da divisa, a vigilância alcançou uma amplidão que me honra; não levei em conta a comodidade ou o decoro: o controle foi tão severo debaixo das mesas quanto à altura em que habitualmente se movem os olhares."
Muito bom! Vou ter o prazer de ler o teu livro...
ResponderExcluirabraços
José Vitor, A invenção de Morel é de Adolfo Bioy Casares, escritor argentino.
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