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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

REVISÃO

O ANO PASSADO EM MARIENBAD

Esta semana revi o filme O ano passado em Marienbad, do diretor francês Alain Resnais, um dos fundadores da Nouvelle Vague. Revi depois de vários anos, mas principalmente depois de ler A invenção de Morel, do escritor argentino Adolfo Bioy Casares. E revi movido pela insistência com que muita gente é capaz de jurar que o livro deu a matéria para o filme. Nem os fatos, tampouco o clima, do filme podem ter-se originado do romance. A suntuosidade do espaço não corresponde àquele descrito pelo escritor argentino, as situações são inteiramente outras. 
No filme, que trabalha com a memória, há um casal (ele solteiro, ela casada) que interage o tempo todo, o homem tentando provocar a memória da mulher sobre um encontro que tiveram no ano anterior. No romance, há um homem (o fugitivo) que contempla uma mulher, ela, sem o perceber, contempla o mar. Jamais trocam qualquer palavra.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (FINAL)


Como prometemos, a finalização das postagens sobre A invenção de Morel é feita com um ensaio da professora Ivone Benedetti. É um texto instigante e esclarecedor. Ei-lo:

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (30)

ONDE ANDARÁ FAUSTINE?

Pág. 118 - "Quero explicar-me o comportamento de Morel.
Faustine evitava a sua companhia; ele, então, tramou, nessa semana, a morte de todos os seus amigos, para conseguir a imortalidade com Faustine. (...) Entendeu que, para os outros, a morte não seria uma evolução prejudicial; em troca de um prazo de vida incerto, lhes daria a imortalidade, com seus amigos prediletos. E também dispôs da vida de Faustine."
Pág. 119 - "(...) Talvez Morel nunca se tenha referido a Faustine em seu discurso; talvez estivesse apaixonado por Irene, por Dora ou pela velha."
"(...) Morel ignora todas elas. Queria a inacessível Faustine. Por isso matou, se matou com todos os seus amigos, inventou a imortalidade!"
"(...) Eu a neguei, por ciúmes ou por autodefesa, para não admitir a paixão.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (29)

É POSSÍVEL UMA ALMA HABITAR UMA IMAGEM?

Pág. 112 - " Um dia mais será intolerável."
(...)
"Eis a frase que me assombrou:
'Terão que me perdoar esta cena, primeiro aborrecida e depois terrível.'
Por que terrível? Por certo sabiam que tinham sido fotografados de um modo novo, sem aviso prévio. É verdade que saber, a posteriori , que oito dias da nossa vida, em todos os seus pormenores, ficaram para sempre registrados, não deve ser agradável."

terça-feira, 24 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (28)

O FUGITIVO APRENDE A MANIPULAR AS MÁQUINAS

Pág. 109 - "Ainda não consegui fazer parar os motores. Dói-me a cabeça. Leves ataques de nervos, que logo domino, tiram-me de uma sonolência progressiva."
(...)
Do funcionamento dos motores depende a eternidade de Morel; posso imaginar que são muito sólidos;"

terça-feira, 17 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (27)

CONTINUA SUA FIXAÇÃO POR FAUSTINE

Pág. 102 - "Sem conceder nada à minha fraqueza, posso imaginar a chagada emocionante à casa de Faustine, o interesse que ela terá pelos meus relatos, a amizade que estas circunstâncias ajudarão a estabelecer. Quem sabe se não estou verdadeiramente a caminho - longo e difícil - de Faustine, do necessário descanso da minha vida?"
"Mas há outra pergunta que se pode fazer - com horror: Faustine vive?

sábado, 14 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (26)

AGORA MUITAS DÚVIDAS

Pág. 100 - "No salão de jantar, uma noite, outra noite, no hall, as pernas se tocam. Se admito a malícia, por que desprezo a distração, o acaso?
Repito: não há prova definitiva de que Faustine sinta amor por Morel. Talvez a origem das suspeitas esteja no meu egoísmo. Amo Faustine."
(...)
"Resta a hipótese da morte de Morel."
"Outra explicação seria a de que não tivessem acreditado nele, de que Morel estivesse louco ou - minha primeira ideia - de que todos estivessem loucos, que aquela ilha fosse um hospício.

A INVENÇÃO DE MOREL (25)

REFLEXÕES DO FUGITIVO SOBRE A INVENÇÃO DE MOREL

Sozinho na ilha e de poder das máquinas de Morel, o fugitivo tece reflexões sobre a vida (real e virtual).
Pág. 96 - "Um homem solitário não pode fazer máquinas nem fixar visões, a não ser sob a forma truncada de escrevê-las ou desenhá-las para outros mais afortunados."
"Hoje, não pude descer ao porão; passei a tarde juntando alimentos."

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (24)

 O FUGITIVO DESCOBRE AS MÁQUINAS

Pág. 93 - "Estive lendo os papéis amarelos. Parece-me que distinguir pelas ausências - espaciais ou temporais - os meios de superá-las leva a confusões."
Pág. 94 - "Fica no ar a esperança de que estudarei um meio pelo qual irei até o porão do museu a fim de ver as máquinas."
(...)
"A imortalidade poderá germinar em todas as almas, nas decompostas e nas atuais."

terça-feira, 10 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (23)

O DISCURSO DE MOREL CONTINUA

(Depois de um período ausente, por motivos particulares, retomamos as postagens sobre A Invenção de Morel).

Pág. 90 - "Acrescentarei, a seguir, as páginas (das folhas amarelas) que Morel não seu:
'Ante a impossibilidade de executar o meu plano original - levá-la para casa e tomar uma cena de felicidade minha ou recíproca - concebi outro plano que é, sem dúvida, melhor.'"

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (21)

MOREL NÃO CRIA A VIDA

Pág. 81 - "Até aqui, um discurso repugnante e desordenado. Morel, mundano homem de ciência, quando deixa de lado os sentimentos e começa a falar em termos científicos, consegue maior precisão; sua literatura continua desagradável, rica em palavras e expressões técnicas, procurando em vão certo impulso oratório, mas é mais clara. Julgue o leitor por si mesmo:
'Qual é a função da radiotelefonia? Suprimir, no que diz respeito ao ouvido, uma ausência especial: por meio de transmissores e receptores, podemos nos reunir em conversa com Madeleine nesta mesma sala, embora ela esteja a mais de vinte mil quilômetros, nos arredores de Quebec. A televisão consegue o mesmo, no tocante à visão.' "

sábado, 31 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (20)

INCÍCIO DAS REVELAÇÕES

Pág. 78 - "Morel estendeu os braços e disse, com voz entrecortada:
- Preciso declarar-lhes algo.
sorriu nervosamente:
- Nada de grave. Para ser bem exato resolvi ler. Por favor, escutem:"
(...)

quinta-feira, 29 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (19)

MOREL VAI REVELAR O SEGREDO

Pág. 74 - "Chá para Dois e Valência persistiram até depois da madrugada. Apesar dos meus propósitos, comi pouco."
"Entrei pela carvoaria, à meia-noite. Havia criados na copa, na despensa. Resolvi esconder-me, esperar que todo mundo se retirasse. Poderia ouvir, talvez, o que Morel proporia a Faustine, ..."

terça-feira, 27 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (18)

O FUGITIVO ESPIONA OS INTRUSOS

Pág. 69 - "Contarei fielmente os fatos que presenciei entre ontem à tarde e a manhã de hoje, fatos inverossímeis, que foi sem trabalho que a realidade terá produzido... (...)... a situação que estou vivendo não é a que creio viver."

O fugitivo começa a se dar conta de que existem dois planos.

Pág. 70 - "... surpreendi Morel espiando, escondido numa janela. Morel desceu a escadaria. Eu não estava longe e pude ouvi-lo.

segunda-feira, 26 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (17)

o mar não se movia

Pág. 66 - "Isto é um inferno. Os sóis oprimem. Não me sinto bem. Comi uns bulbos parecidos com nabos, muito fibrosos."
... apareceu um navio muito perto, entre os recifes."
"O mar não se movia. Desceram do navio numa lancha. Levaram quase uma hora para fazer o motor funcionar. Desembarcou na ilha um marinheiro vestido de oficial ou comandante. Os demais voltaram para bordo."

domingo, 25 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (16)

SONHOS ESTRANHOS

Pág. 61 - "Tenho um dado que pode servir aos leitores deste diário para saberem a data da segunda aparição dos intrusos: as duas luas e os dois sóis foram visíveis no dia seguinte. Poderia tratar´se de uma aparição local; não obstante,  parece-me mais provável que seja um fenômeno de espelhismo, provocado pela lua ou pelo sol, mar e ar, e visível, sem dúvida, desde Rabaul e toda esta zona. Notei que esse segundo sol - talvez imagem de outro - é muito mais violento."

sábado, 24 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (15)

ASSUSTADO COM A LIBERDADE

Pág. 55 - "Saí do meu esconderijo, pressentindo uma detenção brusca, o fim das minhas perplexidades.
Não havia ninguém.
Subi a escada (...) assomei à sala de jantar."
Pág. 56 - "Havia pouco mais de uma dúzia de pessoas sentadas à mesa."

sexta-feira, 23 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (14)

ONDE FORAM TODOS PARAR?

Pág. 51 - "Quando vi a colina desabitada, temi encontrar a explicação numa cilada que já estivesse funcionando. Sobressaltado, percorri todo o museu, escondendo-me por vezes. (...) Mais do que isso: para me convencer de que nunca tinha havido ninguém. (...) ... aceito, como uma evidência para mim, que aquelas quinze pessoas (mais outras tantas de criadagem) não tenham deslocado um banco, um abajur ou - se mexeram em algo - tenham recolocado tudo no lugar, na posição que gardavam antes."

quinta-feira, 22 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (13)

O NARRADOR ESTÁ ENCIUMADO E AINDA NÃO SABE

Pág. 46 - "Ontem não fui até as rochas. Muitas vezes afirmei que hoje não iria. Pelo meio da tarde, soube que iria. Faustine não foi e quem sabe quando voltar?"
"Mas, uma vez nas rochas, fiquei como louco. - A culpa é minha, - me dizia (de que Faustine não aparecesse)  - por me ter decidido a não vir.
Subi à colina. Saí de trás de um grupo de plantas e me encontrei frente a dois homens e uma senhora. Estaquei, contive a respiração; entre nós não havia nada (cinco metros de espaço vazio e crepuscular).  Os homens davam-se as costas; a senhora estava de frente, sentada, me olhando. Via-a estremecer."

quarta-feira, 21 de março de 2012

A INVENÇÃO DE MOREL (12)

MÚSICA ATÉ O AMANHECER

Pág. 41 - "Tudo aconteceu dentro da mais previsível normalidade, mas de uma forma inesperadamente benigna. Estou perdido. Ao lavrar este jardinzinho cometi um erro terrível, como Ajax - ou algum outro nome helênico, já esquecido - quando esfaqueou os animais; só que, neste caso, eu sou os animais esfaqueados."