FESTA NA ALDEIA
Pág. 24 - Das guerras e fomes anteriores ainda trazia as cicatrizes. Sobretudo das duas filhas que tinham morrido de doença. Ou fome, quem sabe? A Muari nunca mais tinha engravidado."
"No princípio pensou que era apenas um passeio, todos os jovens queriam conhecer Calpe, íman que os atraía mais que um dourado favo de mel. Passou tempo e Luzolo nunca mais apareceu. Notícias chegaram dizendo que agora era soldado."
"Perdeu o segundo filho, da mesma maneira que o primeiro."
Pág. 25 - "A meio da tarde, no cimo do morro, esperando a paragem do tempo, com mais angústia que o habitual, percebeu. Há muito se anunciavam maus presságios, ele não os soubera ler, apenas pressentir. (...) Agora o perigo estava mais perto, cada vez mais perto.
Não o perigo anunciado pelo cágado velho que saiu da gruta e para ele caminhava, nos seus passos incertos. (...) Estavam estreitamente unidos nesse ritual de serem os primeiros a beber daquele regato. Mas sempre Ulume deixava as primícias para o cágado, nunca se perguntara porquê. Como se cumprisse um cerimonial desconhecido mas eterno. "
Pág. 26 - "O animal continuou a caminho do regato, poisando timidamente uma pata antes de levantar a outra. Não ergueu a cabeça, como desentendido."
"- (...) Mas hoje preciso da tua sabedoria. Ou será falso aquilo que os mais velhos dizem e afinal és apenas um animal ignorante como os outros?
O cágado hesitou mais tempo a dar nova passada. Estava mesmo à frente de Ulume. Pareceu levantar a cabeça para ele, mas depois prosseguiu caminho."
(...)
Pág. 27 - Olhou para o lado da gruta e viu o animal, mas não sua cabeça, tapada pelo capim. (...) Sabedorias antigas, hoje desprezadas pelos jovens que correm atrás de carros e modas, na busca ansiosa de Calpe e dos prazeres."
"Levantou, voltou para a aldeia. À noite havia festa pelo nascimento do filho de Humbi. Nessa festa haveria de novo de cruzar os olhos com os de Munakazi. (...) E Ulume esquecia os filhos agora adversários, os maus presságios, o difícil instante do meio da tarde. Na noite só os olhos de Munakazi brilhavam mortiços, reflectindo os fulgores laranjas vermelhos da fogueira."
Pág. 24 - Das guerras e fomes anteriores ainda trazia as cicatrizes. Sobretudo das duas filhas que tinham morrido de doença. Ou fome, quem sabe? A Muari nunca mais tinha engravidado."
"No princípio pensou que era apenas um passeio, todos os jovens queriam conhecer Calpe, íman que os atraía mais que um dourado favo de mel. Passou tempo e Luzolo nunca mais apareceu. Notícias chegaram dizendo que agora era soldado."
"Perdeu o segundo filho, da mesma maneira que o primeiro."
Pág. 25 - "A meio da tarde, no cimo do morro, esperando a paragem do tempo, com mais angústia que o habitual, percebeu. Há muito se anunciavam maus presságios, ele não os soubera ler, apenas pressentir. (...) Agora o perigo estava mais perto, cada vez mais perto.
Não o perigo anunciado pelo cágado velho que saiu da gruta e para ele caminhava, nos seus passos incertos. (...) Estavam estreitamente unidos nesse ritual de serem os primeiros a beber daquele regato. Mas sempre Ulume deixava as primícias para o cágado, nunca se perguntara porquê. Como se cumprisse um cerimonial desconhecido mas eterno. "
Pág. 26 - "O animal continuou a caminho do regato, poisando timidamente uma pata antes de levantar a outra. Não ergueu a cabeça, como desentendido."
"- (...) Mas hoje preciso da tua sabedoria. Ou será falso aquilo que os mais velhos dizem e afinal és apenas um animal ignorante como os outros?
O cágado hesitou mais tempo a dar nova passada. Estava mesmo à frente de Ulume. Pareceu levantar a cabeça para ele, mas depois prosseguiu caminho."
(...)
Pág. 27 - Olhou para o lado da gruta e viu o animal, mas não sua cabeça, tapada pelo capim. (...) Sabedorias antigas, hoje desprezadas pelos jovens que correm atrás de carros e modas, na busca ansiosa de Calpe e dos prazeres."
"Levantou, voltou para a aldeia. À noite havia festa pelo nascimento do filho de Humbi. Nessa festa haveria de novo de cruzar os olhos com os de Munakazi. (...) E Ulume esquecia os filhos agora adversários, os maus presságios, o difícil instante do meio da tarde. Na noite só os olhos de Munakazi brilhavam mortiços, reflectindo os fulgores laranjas vermelhos da fogueira."
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