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| Praga |
(...) ...as funções dividem-se fundamentalmente em funções directas e em funções semióticas.
(...)As funções directas subdividem-se numa função prática, em que o o objecto ocupa o primeiro plano, pois a auto-afirmação do sujeito exige a transformação do objecto (isto é, da realidade), e numa função teorética, em que o sujeito ocupa o primeiro plano, pois o seu objectivo geral e último 'é a projecção da realidade na consciência do sujeito'...(...) ... as funções semióticas subdividem-se numa função simbólica, na qual aparece em primeiro plano o objecto, concentrando-se a atenção sobre a eficácia da relação entre a coisa e o sinal que a representa, e numa função estética, em que aparece em primeiro plano o sujeito - não o indivíduo, mas o homem em geral - e em que o sinal não é instrumento, nem opera sobre a realidade: 'Para a função teorética - exactamente como para a prática -, o objecto directo é a própria realidade conhecida e o sinal é apenas um seu instrumento [...]. Para a função estética, a realidade não é o objecto directo, mas mediato; objecto directo (não instrumento, portanto) é para ela o sinal estético, o qual projecta na realidade a atitude do sujeito [...]. O sinal estético manifesta a própria autonomia com o facto de reenviar sempre à realidade como um todo e não a um seu sector particular. (...)
(...) Recapitulemos: o sinal estético é, como o sinal simbólico, um sinal-objecto, mas, diferentemente do sinal simbólico, não age sobre a realidade, mas projecta-se nela.
(...) ... no domínio da actividade verbal, (Mukarovsky) acrescentando às três funções da linguagem determinadas e caracterizadas por Karl Bühler na sua Sprachtheorie (1934) - representação, expressão e apelo - uma quarta função, designada por função estética. (...) 'esta função opõe-se a todas as precedentes [representação, expressão e apelo]; enquanto estas estão orientadas para instâncias exteriores à língua e para fins que ultrapassam o sinal linguístico, a nova função coloca o próprio sinal no centro da atenção. As três primeiras funções, fazem, por conseguinte, entrar a língua em conexões de ordem prática, ao passo que a quarta a dissocia delas; ou, por outras palavras, aquelas pertencem ao número das runções práticas, esta é estética. A concentração da função estética no próprio sinal aparece portanto como uma consequência directa da autonomia peculiar dos fenómenos estéticos.'
Segundo Mukarovsky, a função estética e as funções práticas não se excluem mutuamente, verificando-se, por um lado, que toda a obra poética comporta a presença, pelo menos virtual, das funções práticas e, por outro lado, que a função estética está implicada, também pelo menos potencialmente, em todo o acto linguístico. O comportamento do homem caracteriza-se pela sua polifuncionalidade e pela omnipresença de todas as mencionadas funções."
(CONTINUA)

Mais um bom texto para o meu aprendizado! Cheiros, Rita de Cássia.
ResponderExcluirRita, meu anjo! Obrigado pela visita. Cheiros, Menalton
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