quarta-feira, 3 de outubro de 2012

MACUNAÍMA (4)

Continuando a leitura de Macunaíma:

Pág. 17 - "Jiguê era muito bobo e no outro dia apareceu puxando pela mão uma cunhã. Era a companheira nova dele e chamava Iriqui.  (...) Então Iriqui se envolvia num manto de algodão listrado com preto de acariúba e verde de tatajuba e aromava os cabelas com essência de umiri, era linda."

"Ora depois de todos comerem a anta de Macunaíma a fome bateu no mocambo. Caça,
ninguém não pegava caça mais, nem algum tatu-galinha aparecia! e por causa de Maanape ter matado um boto pra comerem, o sapo cunauru chamado Maraguigana pai do boto ficou enfezado. Mandou a enchente e o milharal apodreceu."


O jeito era pescar, mas nem timbó para jogar na água eles conseguiam. Macunaíma enganou os dois irmãos, que passaram um dia inteiro procurando timbó onde o herói mentiu que havia. Enquanto os dois mais velhos procuravam timbó, sentado bem no seco ficou só espiando.

Pág. 18 - "Então Macunaíma sentou numa barranca do rio e batendo com os pés n'água espantou os mosquitos. E eram muitos mosquitos, piuns maruins arurus tatuquiras muriçocas meruanhas mariguis borrachudos varejas, toda essa mosquitada.
Quando foi de-tardezinha os manos vieram buscar Macunaíma tiriricas por não terem topado com nenhum pé de timbó. O herói teve medo e disfarçou:
- Acharam?
- Que achamos nada!
- Pois foi aqui mesmo que enxerguei timbó. Timbó já foi gente um dia que nem nós... Presenciou que andavam campeando ele e soverteu. Timbó foi gente um dia que nem nós...
Os manos se admiraram da inteligência do menino e voltaram os três pra maloca."

No dia seguinte Macunaíma enganou sua mãe e transportou a maloca com tudo que ela tinha para um lugar onde a comida abundava. Macunaíma percebeu que a mãe estava juntando comida e perguntou:

"- Inda que mal lhe pergunte, mãe, porque a senhora arranca tanta pacova assim!
- Levar pra vosso mano Jiguê com a linda Iriqui e pra vosso mano Maanape que estão padecendo fome.

Macunaíma ficou muito contrariado. Maginou maginou e disse pra velha:
- Mãe, quem que leva nossa casa pra outra banda do rio no banhado, quem que leva? Pergunta assim!"

Novamente o herói enganou a mãe e levou a maloca de volta para o outro lado do rio, onde havia fome. Depois de levá-lo nas costas para o meio do mato, rogou-lhe uma praga.

Pág. 20 - "Agora vossa mãe vai embora. Tu ficas perdido no coberto e podes crescer mais não."

(CONTINUA)


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