quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

TEXTOS DE AMIGOS


O poema que segue foi tirado do livro poesia de telhado, do meu amigo João Augusto, editado em 2012 pela Editora Escrituras.


O bem amado

Essa falta de ordem
Essa pressa de nascer
De uma gente amontoada
Sobre meus ombros curvos e magros
(Com quantos anos eu estava ontem
Quando perdi meu álbum e minha
castidade?)

Esse meu espiritualizamento
Feito estrada de chão
Sou o trem que não para
Uma ladeira salvadorense
De estrelas cadentes
Que caem de noite no mar
E de dias
Ao som de atabaques
Brincam de ondas
Que ainda nem nasceram
Estou do lado do mundo em que
Não me atrevo a aportar
Sou estrangeiramente
Patriótico de seu reinado
Apostólico indianista
E antes que me enterrem
Na minha decadente varanda
Tingida de saramandaia
Reafirmo que sou
Bipolarmente falando
O penúltimo santo
E todas essas mirradas medalhas
Esse atormentado disfarce em letras
Para elucidar o que se sabe
Como um pagador de promessas
Sem ouvir a professora
A ensaiar o hino patriarcal de
                             Sucupira
Delicadamente insinuado
Pelos cabelos da menina
Que se sentava à minha frente

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