Abrimos, neste momento, o prazo para elaboração do sétimo capítulo do e-book coletivo do projeto "Uma história, várias mãos".
Os textos devem ser entregues até meia-noite do dia 12 de março. Mais uma vez, teremos um prazo superior a 15 dias porque muita gente viaja no carnaval.
Se você ainda não está participando do projeto e tem menos de 18 anos, aproveite a oportunidade. As inscrições são gratuitas e sem burocracia.
Basta enviar seu texto para o e-mail do projeto (umahistoriavariasmaos@gmail.com) junto com uma cópia (frente e verso) da sua carteira de identidade (RG).
Mas antes de começar a escrever, leia o regulamento e tudo que já escrevemos até agora porque o sétimo capítulo deve dar sequência aos capítulos anteriores.
REGULAMENTO
CAPÍTULOS ANTERIORES
Conheça, a seguir, o texto escolhido como sexto capítulo.
Os textos devem ser entregues até meia-noite do dia 12 de março. Mais uma vez, teremos um prazo superior a 15 dias porque muita gente viaja no carnaval.
Se você ainda não está participando do projeto e tem menos de 18 anos, aproveite a oportunidade. As inscrições são gratuitas e sem burocracia.
Basta enviar seu texto para o e-mail do projeto (umahistoriavariasmaos@gmail.com) junto com uma cópia (frente e verso) da sua carteira de identidade (RG).
Mas antes de começar a escrever, leia o regulamento e tudo que já escrevemos até agora porque o sétimo capítulo deve dar sequência aos capítulos anteriores.
REGULAMENTO
CAPÍTULOS ANTERIORES
Conheça, a seguir, o texto escolhido como sexto capítulo.
CAPÍTULO 6
Ricardo saiu de casa às 14h:30. Até a escola, o caminho era de dez minutos, então daria tempo de chegar e fazer tudo o que planejava. Levou o pendrive e o celular no bolso. Estava nervoso com tudo o que poderia acontecer: alguém ver Marina e ele copiando os vídeos das câmeras, o cara do bilhete aparecer e vir resolver as contas, o plano dar errado... Era tudo ou nada. O celular vibrou em seu bolso. Ele atendeu rapidamente:
− Quem fala? − perguntou.
Uma voz feminina, a de
Marina, falou ao telefone.
− Calma, Ricardo, sou eu. Você tá onde? Já vou sair de
casa − O garoto respirou aliviado.
− Já estou na rua. Se você não sair logo, eu já estou te
avisando, você não participa de nada, entendeu?
− Nossa, sim senhor!
Tchau, te vejo lá.
− Tchau!
O céu estava
cinzento, com cara de que iria chover. Má sorte, Ricardo pensou. Confiante,
apertava o passo pela rua arborizada. Virou à esquerda, depois para a direita,
e avistou a escola. Ouvia risadas, conversas e professores explicando lições.
Sentiu um leve frio na barriga, que piorou quando uma mão tocou seu ombro de
repente.
− Oi! − Marina surgiu do nada atrás do menino.
− Caramba, Marina, que saco! Eu já estou nervoso, e você ainda
me assusta pra ajudar? E, por favor, disfarça, vai que... − Ricardo disse,
irritado.
− Ricardo, para de ser bobo! Vai dar tudo certo, desde
que a gente siga o que planejamos. Ou melhor, o que você planejou. Você está
paranoico com o “cara do bilhete”! Acha que ele vai pular de uma lata de lixo a
qualquer instante? Não! Vamos fazer dar certo.
Ricardo
ficou calado e Marina foi atrás dele. A garota tinha mesmo razão. Se apenas
relaxasse, Ricardo não se preocuparia tanto com o bilhete. Caminharam até a
secretaria e esperaram. Márcia, uma das secretárias, apareceu detrás de uma
porta.
− Oi, meninos, tudo bem? − perguntou sorridente. Estava
com um copo de café na mão.
− Tudo bem. Então, a gente veio entregar uma advertência
atrasada para a coordenadora. Ela pediu para entregarmos pessoalmente − Ricardo
disse. Estava com a advertência de Olavo, que pediu pra Ricardo entregar para a
coordenadora, a dona Cláudia.
− Vieram sozinhos? − estranhou Márcia.
− Sim, a minha mãe foi trabalhar e a dele também − Marina
enrolou.
− Ok, podem subir as escadas. Vocês sabem onde é a sala
da coordenação, não é?
− Sim, sim, pode deixar. Tchau! − Ricardo tentou parecer
o mais natural possível. Eles viraram à direita e subiram um lance de escadas.
− Está dando certo, tudo certo − Marina murmurou,
tentando se acalmar. Estavam cada vez mais nervosos.
No fim das escadas, tomaram ar e viraram para o corredor
largo à esquerda. Uma porta alta com uma placa pendurada indicava: “SALA DA
COORDENAÇÃO: COORDENADORA CLÁUDIA MARQUES LUANA ROSA”.
Bateram na porta e uma voz respondeu:
− Pode entrar.
Marina e Ricardo entraram e se depararam com um
escritório pequeno, em que uma mulher negra, nova, mas com aparência
autoritária, estava sentada olhando alguns papéis na mesa cheia. Conheciam ela.
− Oi, crianças, tudo bem? − perguntou sorrindo.
− Oi, Cláudia. Viemos pegar nossas carteiras de estudante
− Marina disse.
− Ah, vocês não receberam? Um monte de alunos veio aqui
com o mesmo problema, esse ano não mandaram todas! Qual o nome de vocês? − a
coordenadora perguntou.
− O meu é Marina, e o dele é Ricardo.
− Vou aqui do lado pedir para o Luís imprimir pra mim,
vocês esperam aqui, gente?− a mulher levantou-se.
− Sim, tudo bem − Ricardo sorriu amarelo.
A coordenadora andou até a porta e sumiu atrás dela.
Ricardo verificou se Cláudia já tinha ido embora, e então fez um sinal a
Marina, que se levantou da cadeira e correu até uma porta dentro do escritório
que saía na sala da direção. O menino largou a advertência de Olavo na mesa da
coordenadora e seguiu Marina. Abriram a porta. A sala estava vazia, mas tinha
uma câmera. Disso Marina e Ricardo não sabiam, mas continuaram confiantes. O
diretor estava na sala dos professores, em seu recreio.
− Marina, a chave está na mesa, tranca a porta que vai
dar na coordenação e fica de olho na porta aqui da frente, enquanto eu pego as
gravações! − Ricardo apontou para um molho de três chaves em cima da mesa do
diretor.
Ricardo correu até o computador e viu vários quadrados na
tela, cada um mostrando uma região da escola. No topo do monitor aparecia o
nome do programa: “Camera-System”. As câmeras mostravam a escola em tempo real.
Alguns corredores estavam vazios, outros nem tanto. O pátio estava cheio de crianças
correndo e comendo. Ricardo conectou o pendrive em uma entrada do computador e
esperou a conexão, estralando os dedos e balançando os pés. Marina tinha
trancado a porta da coordenação, e agora estava de olho na porta da frente da
sala onde estavam.
Enfim, a conexão deu certo, e Ricardo conseguiu digitar o
dia e a hora em que ele encontrou o bilhete. Confirmou a pesquisa e dessa vez
apareceram na tela vários quadrados que filmaram aquele dia e aquela hora a
escola. Ricardo passou os olhos pelas filmagens até achar o quadrado que
mostrava o corredor onde se encontrava a sala de aula em que o menino estudava.
Clicou e a imagem tomou a tela inteira. Prendeu a respiração. Seu coração batia
rapidamente e fora de ritmo, o suor escorria em sua testa.
− Marina, a-achei − murmurou Ricardo.
− Então vai logo, copia a gravação! – Marina afinou a
voz, nervosa.
Ricardo puxou com o mouse a gravação até o ícone que
mostrava o seu pendrive. Na tela, uma barra verde correndo indicava: “Você
deseja COPIAR A GRAVAÇÃO ou MOVER A GRAVAÇÃO?”
Ricardo clicou na primeira opção. Apareceu outra
mensagem: “Copiando arquivo de gravação 554 para pendrive...”. Ótimo.
− Acelera aí, Ricardo, que o recreio já vai acabar! − Marina
falou, olhando o relógio de pulso. − Tem algumas inspetoras passando aqui pelo
corredor.
− Já está acabando, já vai acabar...
“O arquivo 554 foi copiado
para pendrive com sucesso”.
Ricardo retirou rapidamente o pendrive, saiu da gravação
e a tela mostrou novamente as imagens em tempo real. O relógio indicava que o
sinal iria tocar em um minuto. O garoto viu na tela sua imagem sentado na sala
do diretor e Marina observando o outro lado da porta pelo olho-mágico. Clicou
na gravação e depois na opção: “Excluir a gravação”. Depois de apagar as provas
contra ele e Marina, Ricardo ouviu o sinal. Marina ficou branca e correu para
destrancar a porta da coordenação. Ricardo levantou-se e se dirigiu para a
porta. Saiu e chamou Marina. Uma inspetora apareceu e cumprimentou os garotos,
sem desconfiar. Os dois se aliviaram e andaram até a sala da coordenadora.
− Onde vocês estavam? − perguntou Cláudia, estranhando.
− Ela foi ao banheiro, aí eu aproveitei e fui também − Ricardo
disse.
− Ah, entendi. A carteirinha de vocês. Desculpa não ter
entregado antes! − disse a coordenadora, rindo.
− Não tem problema, muito obrigada, Cláudia! − Marina e
Ricardo agradeceram e despediram-se da mulher. Rindo, os dois desceram as
escadas e saíram pela secretaria.
− Deu tudo certo, crianças? − Márcia perguntou.
− Deu, foi tudo ÓTIMO! − Ricardo sorriu.
Marina e o garoto saíram da escola, e quando chegaram à
rua, pularam de alegria.
− Deu tudo certo, eu nem acredito! − Marina gritou.
− É, foi até fácil! − Ricardo respondeu.
Começou a chover. Os dois nem ligaram, tomaram banho de
chuva e saíram andando para suas casas rindo muito e respirando aliviados.
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