Pág. 327/328 "O texto literário, como sequência de lexemas, de enunciados, de frases, de microestruturas estilísticas e de mircoestruturas semânticas, de macroestruturas formais e macroestruturas semântico-pragmáticas, constitui um objecto semiótico que orienta e controla parcialmente o leitor, mas que permite e exige também a este, em grau variável, o exercício de uma 'liberdade semiótica' que se funda na interacção das próprias estruturas textuais com os instrumentos, os meio e os processos de decodificação utilizados pelo receptor.
Existem textos, porém, que tendem a reduzir drasticamente o coeficiente da liberdade semiótica do leitor, que intentam controlar apertadamente, de modo explícito ou de modo oculto e ambíguo, a sua própria decodificação. Assim acontece, por exemplo, com os textos da chamada literatura de tese, textos em que domina univocamente - em, por vezes, de maneira 'terrorista' - um policódigo literário e, em particular um código semântico-pragmático; assim sucede, em geral, com os textos que podemos classificar como fechados, isto é, aqueles textos que, produzidos por um emissor que conhece e prevê com bastante exactidão a enciclopédia, os códigos, as pressuposições, as reacções afectivas e volitivas do leitor modelo ao qual se dirige, regulam cuidada e minuciosamente, mas também estereotipadamente, a cooperação interpretativa dos seus receptores (nesta categoria dos textos f'fechados' integram-se tanto ostextos da literatura de tese como os textos da paraliteratura e da literatura kitsch, ou seja, textos em que o policóditgo literário é reproduzido especularmente).
(CONTINUA)
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