O poema abaixo é do meu amigo João Augusto
A porta do livro
Descansa
se teu coração não sabe
Bater palmas
Minha
poesia é castrada de ouvidos
Então
não entres aqui com reticência
De
réguas e tabulações desnecessárias
Abandona
pois a cerimônia da coisa pública
Da
coisa pudica
Ninguém
ensina a ler poesia
Mas
ouso demonstrar como não ler
Poemas
são feixes de relâmpagos
Que
não sabem o que é
Uma
morte morna e lenta
E
teu colete à prova de balas
Tão
convencional quanto um guarda-chuva
Não
impedirá que a linha menos afiada
De
meus trilhos enferrujados
Rasgue
teu corpo e tua sensação de
Igual
É
que tua necessidade de me compreender
É a
mesma carência de um elefante
Em
vestir chinelos
Para
conhecer a cidade
Em
versos e ritmos paquidérmicos
Minha
poesia é um anticatálogo
De
belezas e escândalos
Entre
a porta que tu pensavas aqui existir
E o
portão que só pintei
Para
que aprendêssemos
A pular
João Augusto
Nenhum comentário:
Postar um comentário
http://twitter.com/Menalton_Braff
http://menalton.com.br
http://www.facebook.com/menalton.braff
http://www.facebook.com/menalton.braff.escritor
http://www.facebook.com/menalton.para.crianças